Em Minas Gerais, segundo levantamento promovido pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), 80% dos prefeitos podem se candidatar à reeleição nos pleitos municipais deste ano. Ou seja, dos 853 prefeitos mineiros, 682 gestores estão aptos a concorrer ao pleito pela segunda vez seguida. Os dados foram consolidados com base dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e em cadastros próprios da entidade. Em âmbito nacional, dos 5.568 prefeitos, 4.384 gestores podem buscar a reeleição.
O estudo aponta ainda que apenas 1.184 dos prefeitos no exercício atual, ou seja, 21,3%, já foram reeleitos no pleito de 2016 e, portanto, não podem participar da disputa pela prefeitura no segundo semestre de 2020. Ao olhar para cada Estado da Federação, a maioria poderá manter, em média, 80% dos gestores locais após as eleições municipais.
Esse fenômeno pode ser explicado por uma série de ângulos, mas, segundo o estudo da CNM, o principal é o fato da gestão municipal ser desafiadora, já que a população demanda por melhores serviços públicos e enxerga o “Estado” na sede da prefeitura, mas, a falta de recursos no âmbito local é enorme. Assim, sempre o gestor que está no poder tem maior desgaste, acarretando que poucos consigam se reeleger.
Dos possíveis candidatos à reeleição em 2020, o estudo mostra que a maioria é formada por homens. Do total de gestores que podem ser reeleitos, 88% são homens e 12% são mulheres. Em Minas, dos 682 possíveis candidatos à reeleição, apenas 54 são mulheres e 628, homens. O estudo mostra que a questão da maior participação de mulheres e a consequente eleição de gestoras ainda é um problema relevante no Brasil. Há atualmente cerca de 700 prefeitas.
Pleito municipal
A pandemia do coronavírus (Covid-19) mudou a dinâmica do pleito municipal deste ano. Em julho, o Congresso Nacional aprovou o adiamento do primeiro e do segundo turno das eleições, de 4 e 25 de outubro para 15 e 29 de novembro, respectivamente.
Com este cenário, o distanciamento social obriga cidadãos com mais de 60 anos a se manterem afastados do convívio social, o que inviabiliza sua presença em convenções partidárias, campanhas eleitorais e até mesmo na eleição, a não ser que exponham sua saúde em risco. Os dados do estudo mostram, ainda que, atualmente 1.313 prefeitos em exercício têm mais de 60 anos e, destes, 1.040 têm o direito de concorrer à reeleição.
A CNM, junto com as entidades municipalistas estaduais e microrregionais, acompanha as discussões desde março deste ano, quando foi decretado o estado de calamidade sanitária federal em virtude da pandemia do novo coronavírus.