Jornal da UFJF-GV leva informação e cultura a internos de centro socioeducativo de GV

Uma publicação de um servidor e duas estudantes do campus avançado da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF-GV) tem levado informação e conhecimento a cerca de 60 adolescentes e jovens do Centro Socioeducativo de Governador Valadares. Desde dezembro de 2019, o jornal Liberdade e Expressão apresenta mensalmente textos literários, tirinhas, análises de letras de músicas, notícias sobre futebol, profissões e outras seções.

O destaque da quinta edição, distribuída na tarde dessa terça-feira, 27, é o projeto de uma horta cultivada pelos próprios internos da unidade, e cuja produção é destinada gratuitamente a instituições filantrópicas da cidade.

Todas essas pautas são escolhidas pelos adolescentes e jovens em conjunto com pedagogos, psicólogos, educadores e outros profissionais do centro socioeducativo. Além disso, eles têm suas produções, como desenhos, pinturas e composições veiculados no periódico. O nome do jornal, inclusive, foi uma sugestão dos próprios internos.

E a intenção do projeto é ampliar cada vez mais essa participação. Já existe um bom acervo de composições musicais, contos e desenhos esperando para ganhar as páginas das próximas edições.

O Liberdade e Expressão é uma iniciativa do bibliotecário da UFJF-GV, Allan Júlio Santos. Segundo ele, o jornal é fruto de sua percepção acerca da “necessidade de maior inserção da biblioteca em ações sociais na comunidade valadarense” e também de uma demanda do Núcleo de Estudos e Extensão Juventude e Socioeducação (Nejus) – projeto do campus que desenvolve atividades no centro socioeducativo – de um veículo para divulgação das atividades da unidade para o público interno e que estimulasse a aprendizagem e a expressão artística dos adolescentes e jovens.

Além do bibliotecário, as estudantes Isabel Vitória Leite Cupertino (Fisioterapia) e Isabela de Souza Furtado (Direito) participam do projeto cujo objetivo, como ressalta Santos, é usar a leitura e a produção artística para “incutir nos jovens o senso de pertencimento e individualização” e, claro, promover a ressocialização.

E o depoimento de um dos internos [por questões legais, o nome não é citado] mostra que a iniciativa tem dado resultado. “Tenho aprendido muito. De fato, o mundo do crime não vale a pena. Tenho grandes objetivos para o futuro e através desse projeto percebo que sou capaz de alcançá-los”, afirma.

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