O volume de chuva registrado nestes primeiros 9 dias de janeiro em Valadares já ultrapassou mais da metade do que é esperado para todo o mês. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia, até o momento, os primeiros dias de 2023 foram de chuvas intensas. Ou seja, somando ao total 127,6 mm de precipitação na cidade.
Somente os dias 4 e 5 de janeiro concentraram mais de 85 mm das chuvas neste período de nove dias. A previsão para o município, em todo o mês de janeiro, é de aproximadamente 160 mm.
“Para esta semana [entre os dias 9 e 13 de janeiro], aqui pra Valadares, ainda está marcando a possibilidade das chuvas em formato de pancada […]. Então, especialmente para essa semana, ainda há a possibilidade de chuva. Não só aqui para Governador Valadares, como para vários municípios da Bacia do rio Doce. Inclusive municípios que estão nas cabeceiras dos afluentes do rio Doce. E, consequentemente, podem atingir aqui”, explica a professora Daniela Martins Cunha, da área de Geografia/Climatologia do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG).
De acordo com a professora, a frequência de chuvas intensas em janeiro, principalmente entre o fim da tarde e início da noite, conhecidas como “chuva de verão”, são característica da região do rio Doce. Historicamente o segundo mês mais chuvoso na cidade.
Mas por que tanta chuva?
Como o solo e a atmosfera ainda estão muito úmidos, devido às chuvas das últimas semanas, o calor do sol durante o dia faz com que a umidade evapore e condense em nuvens de chuvas. Além de afetar na intensidade da precipitação, esse ciclo também afeta a sensação térmica com dias mais quentes e abafados. Sobretudo com possibilidades dos termômetros chegarem a marcar 40ºC.
“[Um dos motivos] de chuvas também nessa época do ano é a instabilidade atmosférica. Ela vai causar especialmente aquelas chuvas que a gente chama de chuvas convectivas, ou “chuvas de verão”, que são aquelas chuvas do final do dia, em formato de pancada, e uma chuva mais rápida”, disse.
A professora também explica que as chuvas, nessa época do ano, podem ser causadas pela massa de ar da zona de convergência, carregada de muita umidade. “Ela é decorrente, por sua vez, da passagem das frentes frias. Então, a frente fria manda umidade do oceano para o continente. Ao mesmo tempo que a alta da Bolívia, que é um sistema de alta pressão atmosférica localizado na região de lá, faz com que a umidade da Amazônia se dirija para a região Sudeste”, explica Daniela.
É importante destacar que a previsão meteorológica trabalha com análise de dados de forma científica, sendo o resultado das informações divulgadas para os próximos dias uma possibilidade. Ou seja, dentro dos dados que apresentam as informações meteorológicas, há diferentes mudanças que podem acontecer de forma repentina e alterar a previsão do tempo.
