IFMG câmpus de GV realiza formatura de mais 36 estudantes do curso básico de Libras

Você já se deparou com uma pessoa surda, sentiu vontade de interagir, mas teve a língua como barreira? Arriscaria dizer qual é a dimensão desta comunidade em nosso País? Eles são muitos e estão cada vez mais conquistando espaço em nossa sociedade. Representam cerca de 9,7 milhões de brasileiros, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que equivale a 5,1% da população do País.

Com o compromisso de contribuir para a inclusão desse grupo na sociedade, o IFMG – câmpus Governador Valadares concluiu este mês a capacitação de mais 36 alunos no Curso de Formação Inicial Básica em Língua Brasileira de Sinais – Libras.

A terceira turma do curso de Libras foi composta por uma mescla multiprofissional, entre professores, monitores escolares, servidores públicos, estudantes, donas de casa e empresários. A professora Edjane Silva trabalha na área da Educação desde a graduação, em 1998. Apesar de não ter tido nenhum aluno surdo em sala de aula, ingressou no curso porque quer estar preparada para quando tiver que lidar com a situação.

“É fascinante o curso; estou apaixonada pela Libras! Eu não conhecia a história dos surdos, a luta por que passaram, coisas até mesmo cruéis, pois eram tratados como animais nos séculos passados. Por exemplo, eles não tinham direito à herança, a se casar; a família achava que eram totalmente incapazes, quando na verdade, a única diferença deles era a deficiência auditiva, porque a cognição, visão, coordenação motora muitas vezes eram perfeitas. O que os impedia de aprender, na verdade, era a barreira da comunicação. Hoje, graças a Deus, os governos e a sociedade estão despertando para a necessidade da inclusão dos surdos. Torço para que as portas também sejam abertas para os cegos, os cadeirantes… Enfim, para todas as minorias”, aspira Edjane.

Outro que se declara entusiasmado com as oportunidades do novo aprendizado é Jackson Junio Ramos da Silva, engenheiro ambiental e sanitário. Ele conta que o seu primeiro contato com o universo dos surdos aconteceu há uns dez anos, quando era catequista numa pequena comunidade da cidade. Uma das participantes apresentava perda auditiva em decorrência de um quadro de meningite contraído na infância.

“Eu me senti incapaz, com um sentimento que não dei o meu melhor e a prejudiquei de alguma forma. Ninguém na paróquia tinha formação para tal. Desde então, sempre quis fazer um curso de Libras, mas o valor e a incompatibilidade de horário com o trabalho eram impeditivos. Até que soube desse ofertado gratuitamente pelo IFMG-GV e foi uma maravilha, tô muito feliz. A Heloísa e a Vanessa são excelentes! A metodologia utilizada no curso é muito boa, teve bastante prática também; tudo isso facilitou o aprendizado”, opinou.

Balanço e nova oferta

“Tanto nesta segunda edição do curso quanto na primeira podemosconsiderar que o balanço é positivo, com poucas desistências e pessoas muitocomprometidas. Acredito que nosso objetivo foi alcançado, que era o de trazer aessa pequena parcela da sociedade valadarense, conhecimento sobre a importânciade se aprender esta Língua tão rica em seus aspectos linguísticos, a Língua Brasileirade Sinais – Libras”, declarou Vanessa. A coordenadora complementa que oInstituto prepara novidades para 2019. “Pretendemos continuar com essecompromisso de alavancar a difusão da língua por meio da oferta do cursointermediário para que as pessoas que têm o curso básico possam aperfeiçoarseus conhecimentos em Libras”, explica.

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