Quando Joe Biden assumiu a Presidência dos Estados Unidos, em janeiro, uma onda de esperanças surgiu em meio à comunidade imigrante. As promessas do democrata de que aliviaria a vida de quem vive ilegalmente no país e que abriria um caminho para a cidadania motivou milhões de pessoas ao redor do mundo a tentarem a travessia na fronteira. Entre elas estavam milhares de brasileiros.
De acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP, sigla em inglês), somente no mês de junho, mais de 180 mil imigrantes foram detidos após atravessar a fronteira. Entre os detentos estavam 24 mil brasileiros, em sua maioria homens de 20 a 40 anos de idade.
Também foram registradas centenas de unidades familiares, que são brasileiros acompanhados dos filhos e tentam entrar nos EUA através do esquema “cai-cai”. Eles se entregam para as autoridades de imigração na esperança de ser liberados, uma vez que estão com crianças.
Ainda conforme os números apresentados pela agência de imigração, um total de 1.500 brasileiros já foram deportados no atual governo.
A maioria das detenções ocorridas durante este ano ocorreram sob a regra intitulada “Título 42”, que permite aos agentes de imigração barrarem uma pessoa e deportá-la imediatamente se ela apresentar perigo para a saúde pública. Ela foi colocada em prática pelo ex-presidente Donald Trump, que alegou a pandemia da covid-19 como um motivo para as deportações rápidas.
No começo do seu governo, Biden relaxou as regras do Título 42 para impedir a detenção e deportação de crianças desacompanhadas. Mas, devido ao aumento da crise sanitária e crescimento de casos de covid-19 na fronteira, ele optou por ouvir as orientações do Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC, sigla em inglês) e manteve a regra de seu antecessor.
Quando Biden anunciou que manteria as regras do Título 42, várias organizações que defendem os imigrantes se manifestaram e criticaram a atitude do presidente. “Continuar com prisões na fronteira vai deteriorar ainda mais as condições sanitárias nos centros de detenção”, afirmam os ativistas. “Manter esta medida agrada apenas os republicanos”. (Com Brazilian Times)