Governador Valadares, uma cidade com a economia em quarentena

Confira e entenda o cenário do comércio valadarense levantado em pesquisa pela ACEGV

Ao longo das últimas décadas, Governador Valadares se consolidou como polo regional para o segmento do comércio, além de ser referência nos serviços de educação e saúde. Antes da pandemia, a cidade recebia diariamente milhares de visitantes de toda a região Leste de Minas em suas ruas. Agora, com as medidas implementadas para frear o contágio do novo coronavírus, o segmento que move a economia do município sente os reflexos.

Ao longo de um mês, contando do anúncio da pandemia, a cidade atravessou dois grandes momentos de intervenção: o primeiro com o fechamento total do comércio, entre os dias 21 de março e 6 de abril; do dia 7 até 21 de abril as lojas funcionaram por meio de agendamento.

Para ter dimensão dos impactos das medidas, a Associação Comercial e Empresarial de Governador Valadares (ACEGV) aplicou uma pesquisa, entre os dias 22 de abril e 5 de maio (período em que o comércio já tinha sido liberado para funcionar), com empresários locais. No total, 229 questionários foram respondidos pelo método “Bola de Neve”, sendo, por segmento: 52% serviço; 38% comércio; 9% indústria; 1% outros. A pesquisa tem a margem de erro de 4,22%.

Segundo o presidente da ACEGV, Jackson Lemos, 36% dos empresários sentiram impacto, entre 41% e 100%, no faturamento. “A pesquisa mostra um recuo pelos empresários locais. Os resultados apontam que os empregadores valadarenses, mesmo com o faturamento afetado, estão segurando as pontas para entender as reações do mercado antes de tomar decisões mais concretas, como: demissões, fechamento de lojas e até mesmo empréstimos e investimentos – alternativas possíveis para alguns segmentos de nichos específicos”, analisa Lemos.

Perguntados por quanto tempo consideram que a pandemia provocará efeitos negativos direto nas vendas, 46% responderam que o período deve durar de quatro a sete meses.

“Esse dado é preocupante. Esse cenário de insegurança e instabilidade não pode durar muito tempo. O empresário está fazendo a parte dele, segurando as pontas, pagando do próprio bolso, sem incentivos – estamos anestesiados, em quarentena. Agora, precisamos que os governos, tanto na esfera federal quanto na estadual, sejam mais estratégicos ao adotar medidas. Precisamos de segurança, precisamos sentir que as medidas adotadas lá em cima surtem efeitos aqui na ponta”, aponta o presidente.

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