A GRS realizou, na última semana, uma oficina de formação para capacitar multiplicadores ao uso do sistema SISS-Geo
Saúde e tecnologia andam cada dia mais juntas. O Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NUVEPI) da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Pedra Azul realizou, nos dias 16 e 17 de março, a oficina de formação de multiplicadores para uso da plataforma do Sistema de Informação em Saúde Silvestre (SISS-Geo). Esse sistema é utilizado no registro de primatas não humanos e epizootias (contágio de diversos animais ao mesmo tempo) para vigilância da febre amarela em Minas Gerais.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), representantes dos 25 municípios abrangidos pela GRS-Pedra Azul participaram do encontro. A oficina teve como propósito implantar a utilização do SISS-Geo e incentivar ações de vigilância epidemiológica contra a febre amarela. Sobretudo os trabalhos deram ênfase à vigilância de Primatas Não Humanos (PNH).
Sistema identifica e alerta sobre doenças que circulam entre animais e pessoas
Davidson Rodrigues Castro é referência técnica em arboviroses da GRS-Pedra Azul. Ele explica que o SISS-Geo identifica animais silvestres sadios, mortos ou doentes. Então o sistema ativa o alerta de doenças que podem se propagar facilmente entre animais e pessoas. O profissional acredita que o recurso proporciona rapidez às ações de vigilância, prevenção e controle de surtos como os da febre amarela, raiva e outros.
“A utilização do SISS-Geo pelos municípios irá resolver dificuldades até então encontradas nos serviços de vigilância, permitindo rapidez da informação, precisão da localidade, bom diagnóstico laboratorial e bons modelos de previsão. O sistema permite a rapidez na verificação da epizootia e proporciona estratégias para priorização de grupo e áreas para vacinação em regiões com ocorrência de epizootias em PNH e apresenta qualidade de dados para uso em modelos de previsão de ocorrência de doenças”, explica.
Para a coordenadora de Epidemiologia da GRS Pedra Azul, Evangelia Moreira de Aguilar, a oficina traz grandes benefícios para a região, uma vez que Minas Gerais viveu nos últimos anos duas importantes epidemias consecutivas de febre amarela silvestre, que se tornaram emergência em saúde pública.
Histórico de epidemias de febre amarela em MG
De acordo com a SES-MG, a primeira epidemia ocorreu no período sazonal de 2016/2017, com grande impacto na região dos vales do Rio Doce e Mucuri, parte da Zona da Mata e Jequitinhonha. Já a segunda ocorreu no período de monitoramento de 2017/2018, atingindo, principalmente, a região metropolitana de Belo Horizonte, Zona da Mata e parte das regiões de Campos das Vertentes, Oeste e Sul/Sudoeste mineiro.