Fiscalização eletrônica traz impacto positivo na redução de acidentes

Cada vez mais, estudos vêm comprovando que, quanto mais próximo se está de um radar, menor a incidência do número de acidentes em uma via

A cada 12 minutos uma pessoa morre vítima da violência no trânsito, ou seja, cinco mortes a cada hora. Esse número praticamente se iguala ao de vítimas de violência pública: a cada 10 minutos uma pessoa morre vítima de violência pública no Brasil, ou seja, seis mortes por hora, conforme levantamento feito pelo OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária.

Ainda de acordo com o estudo, o número de mortes causadas por armas de fogo, objetos cortantes e agressões em geral, nos últimos cinco anos, em todo Brasil (de 2011 a 2015, ano mais recente com disponibilidade de estatísticas consolidadas), vitimou fatalmente cerca de 260 mil pessoas no país. No mesmo período foram registradas cerca de 210 mil mortes em acidentes de trânsito.

Diante desses números alarmantes, o poder público se vale dos mais diversos recursos, desde o desenvolvimento de campanhas educativas até a instalação de equipamentos de fiscalização eletrônica para tentar reduzir o número de acidentes no trânsito.

Segundo o Dnit, a fiscalização eletrônica foi responsável pela redução de 47% nos acidentes com ferimentos ou mortes, entre 2010 e 2016. Além disso, houve redução de 24,7% nas mortes, indo de 7.083 em 2010 para 5.333 em 2016.

No Brasil, ainda há poucos estudos sobre os impactos do uso de radares na redução de mortes e acidentes no trânsito. No entanto, trabalhos como a dissertação de mestrado em geografia, defendida por Francisca Kaline Bezerra de Souza, na Universidade Federal de Mato Grosso, em 2018, revelam que, quanto mais próximo dos equipamentos de fiscalização eletrônica, menor o número de acidentes.

“A presença de radares nas principais ruas e avenidas da cidade de Cuiabá influenciou significativamente para a redução de acidentes em suas proximidades. Nos trechos até 1000 metros distantes de algum radar, os acidentes com vítimas, assim como os atropelamentos, apresentaram redução maior do que os acidentes sem vítimas. (…). Análise das taxas de ocorrência de acidentes demonstra que os radares de monitoramento e fiscalização são eficazes na cidade de Cuiabá”, constatou o estudo.

Só para se ter uma ideia, em Governador Valadares, um levantamento do Armazém de Dados da Polícia Militar de Minas Gerais – Seção de Planejamentos e Operações da 8ª RPM, revela que, das 10 vias com os maiores índices de acidentes de trânsito na cidade, o número de acidentes ocorridos nos anos em que os equipamentos estavam em funcionamento é significativamente inferior se comparado ao ano em que os radares estavam desativados.

Esse levantamento leva em consideração os índices da avenida Brasil, avenida Euzébio Cabral, avenida JK, avenida Minas Gerais, avenida Moacir Paleta, rua Dom Pedro II, rua Doutor Raimundo Albergaria Resende, rua Marechal Floriano, rua Sete de Setembro e rua Vinte e Cinco. Para exemplificar, a via com maior registro de acidentes, a avenida JK, apresentou em 2017 e 2018 (anos em que os radares estavam ativos), respectivamente, 136 acidentes e 248 acidentes. Já em 2020 (ano em que os radares permaneceram desativados por questões contratuais), foram registrados 355 acidentes na via.

Portanto, o que se percebe é que os equipamentos de fiscalização eletrônica inibem o desrespeito às leis de trânsito, educando os condutores a reduzir a velocidade em pontos críticos e, consequentemente, prevenindo acidentes. Vale ressaltar que, para a instalação desses equipamentos na cidade, a Prefeitura realiza o tratamento da sinalização nesses locais, de modo a informar à população os locais onde são instalados os equipamentos, visto que o principal objetivo do Município é proteger a vida e zelar pela segurança de todos os atores do trânsito.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

[the_ad_placement id="home-abaixo-da-linha-2"]

LEIA TAMBÉM