Como consequência da pandemia do novo coronavírus (covid-19), o número de pequenos negócios abertos em Minas Gerais caiu 13% em abril, se comparado ao mesmo mês do ano passado. Em Governador Valadares, o reflexo do último mês na abertura de novas empresas foi bem mais positivo do que negativo. Pelo menos é o que garante o secretário Municipal de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (SMDCTI), Hilton Manoel, que concedeu entrevista ao DRD para falar sobre o atual cenário de abertura e fechamento de empresas na cidade.
Em Minas Gerais, conforme levantamento do Sebrae, o número de pequenos negócios abertos caiu 13% em abril, se comparado ao mesmo mês do ano passado. É o segundo pior resultado do ano, com pouco mais de 19 mil empresas do segmento (MEI, ME e EPP) abertas no estado. Segundo o Sebrae, de janeiro a abril houve uma queda de 3,24% na abertura de pequenos negócios, totalizando em torno de 111 mil CNPJ’s criados nos quatro primeiros meses de 2021.
A queda mais expressiva foi entre os microempreendedores individuais (MEI). Em abril, a retração no registro de novos MEI foi de 16% em relação ao mesmo mês de 2020. No acumulado do ano, a queda é de quase 6% em relação ao mesmo período do ano passado. Mas, apesar dessa redução, o MEI representa mais de 80% dos pequenos negócios abertos em Minas Gerais em 2021.
Os efeitos da pandemia na economia de Valadares
O secretário municipal de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (SMDCTI), Hilton Manoel, afirmou que os setores de serviços foram os mais prejudicados com a chegada da pandemia até agora. “A gente tem monitorado os efeitos da pandemia na economia de Valadares desde o ano passado. Não dá para fazer uma análise superficial do atual cenário, porque a pandemia afeta cada segmento de maneira diferente. O que eu posso afirmar é que o setor de serviços é o mais prejudicado, porque depende do contato das pessoas, como os bares e restaurantes, por exemplo. Esse setor teve um efeito negativo maior”, disse.
Hilton também comentou sobre os indicadores do Sebrae em Minas Gerais. De acordo com o secretário, os números têm começado a ser mais positivos do que negativos. “Os indicadores são negativos, mas tenho outros períodos que mostram números positivos. Neste período de abril, em relação a abril de 2020, tivemos menos fechamentos de microempreendedores individuais ( MEI). Foi 26% menor do que em abril de 2020. Acredito que tenha sido melhor, porque em abril do ano passado a gente estava no segundo mês de pandemia na cidade, com medidas mais restritivas na economia. Outro dado positivo é que houve um aumento de 5.5% na criação de novas empresas em Valadares em comparação com 2019, totalizando a abertura de 5.936 novas empresas em 2020“, disse.
Em Valadares, os microempreendedores individuais (os MEIs) representam a maior porcentagem na criação de novos negócios. A demanda cresceu na pandemia, a partir da mudança de comportamento de consumo da população.
“De forma geral, de janeiro a abril deste ano houve uma queda de 11% na abertura de negócios. Nesses primeiros quatro meses do ano foram criados 1.650 CNPJ´s em Valadares. Desse total, os MEI´s correspondem à maior abertura de negócios, cerca de 80%.”
SecretáriomMunicipal de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (SMDCTI), Hilton Manoel
De acordo com secretário, mesmo com a pandemia, os setores que tiveram mais lucros em 2020 foram os de beleza e construção civil. O mais prejudicado foi o de de bares e restaurantes. “O segmento que mais abriu empresas em 2020 foi o de cabeleireiros e atividades no setor de beleza. O segmento que mais fechou as portas foi o de restaurantes e bares, e demais serviços do nicho de alimentação e bebidas. O setor de lazer e eventos também teve bastante prejuízo. Mas isso não foi só em Governador Valadares. Foi em todo o Brasil, devido à pandemia. São setores que dependem do contato humano, dependem das pessoas. Por isso foram mais prejudicados. Mas temos números positivos para outros segmentos, que tiveram aumento nos negócios. O setor de construção civil, por exemplo, cresceu bastante na pandemia. Aqueles que já vinham trabalhando e investindo suas vendas no e-commerce foram menos afetados do que os demais”, explicou.
Hilton traçou o que se pode esperar até o fim deste ano na atividade empreendedora da cidade. “2021 segue no mesmo ritmo que 2020. O mais afetado segue sendo o setor de alimentação e bebidas; fecham mais do que abrem. São números que seguem uma tendência global. Mas acredito que, a partir do próximo semestre e início de 2022, esses indicadores serão mais positivos”, prevê.
Decreto de Liberdade Econômica torna a cidade um lugar mais fácil para empreender, afirma secretário
Para Hilton Manoel, a economia em Valadares segue dando sinais de recuperação. Segundo ele, a desburocratização na abertura de empresas será mais uma oportunidade para quem pretende abrir um negócio na cidade. “Estamos criando legislações no ambiente de negócios para facilitar a abertura de novos investimentos e startups na cidade, através do Decreto de Liberdade Econômica, a ampliação do número de atividades classificadas como ‘baixo risco’, simplificação do trabalho administrativo e a chance de maior liberdade para as pessoas que desejam abrir seus negócios em Valadares, sem a interferência direta do governo na maioria dos casos. Isso visa fortalecer a cadeia produtiva do município. Tá bem desenhado o que a gente precisa seguir a partir de agora para tornar a cidade bem mais atrativa na abertura de novos negócios. Tanto a Sala Mineira quanto o Parque Científico e Tecnológico Figueira do Rio Doce estão dentro do nosso plano de desenvolvimento para até o fim desta gestão alcançar novos indicadores para a economia de Valadares. Queremos mudar essa opinião de que Valadares não é uma boa cidade para abrir um negócio. Tanto que já temos a vinda de algumas empresas, que chegaram à cidade recentemente”, concluiu.
Foto: Eduardo Lima