Publicação que vem circulando nas redes sociais afirma que somente três países adotam meios eletrônicos de votação. A informação é falsa
Em tempos de compartilhamento viral de conteúdos pelas redes sociais, é muito comum que informações falsas ou descontextualizadas – os bons e velhos boatos – circulem como se fossem verdadeiras. Com isso, muita gente é enganada e, se não tem o cuidado de checar o que lê e ouve nas redes sociais, acaba também compartilhando desinformação por aí.
Um desses conteúdos falsos que mais circulam de tempos em tempos diz que pouquíssimos países do mundo (para ser exato, apenas Venezuela e Cuba, além do Brasil, entre 193 países) usam a urna eletrônica e adotam um sistema eletrônico de votação. Puro boato. Para começar, Cuba não utiliza urnas eletrônicas. Lá, a votação ainda é feita em papel.
Além disso, de acordo com o Instituto para Democracia e Assistência Eleitoral Internacional (Idea) – uma organização intergovernamental que apoia democracias sustentáveis em todo o mundo e que conta com 34 países-membros, como Suíça, Portugal, Noruega, Austrália e Canadá, além do Brasil –, o voto eletrônico é adotado por pelo menos 46 nações, em diferentes formatos. Ainda segundo o Idea, 16 países adotam máquinas de votação eletrônica de gravação direta. Isso significa que não utilizam boletins de papel e, assim, registram os votos eletronicamente, sem qualquer interação com cédulas.
Entre os países que adotam alguma forma de votação eletrônica estão democracias sólidas, como Suíça, Canadá, Austrália e Estados Unidos, país que adota sistemas eletrônicos em alguns estados. Na América Latina, México e Peru também fazem uso do sistema. Na Ásia, além de Japão e Coréia do Sul, há o exemplo da Índia. Maior democracia do mundo em número de eleitores (mais de 800 milhões), o país utiliza urnas eletrônicas semelhantes à brasileira, mas adaptadas à realidade eleitoral local.
Por fim, vale lembrar que a urna eletrônica brasileira foi projetada e construída no Brasil, por brasileiros, para brasileiros, para ser usada aqui, segundo as características e necessidades únicas do nosso país. Não há nenhuma influência estrangeira no nosso sistema eleitoral. O órgão responsável pelo desenvolvimento de todo o software da urna é o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Não custa nada checar antes de compartilhar
Se hoje em dia a disseminação de desinformação é tão comum, passa a ser uma obrigação de qualquer cidadão que receba esses conteúdos falsos confirmar essas informações nos muitos sites de checagem que trabalham 24 horas por dia para evitar que mais gente seja feita de boba.
Por isso, o TSE se associou com os 27 Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e nove agências de checagem de informações e criou a página Fato ou Boato. Nela, o usuário pode procurar as notícias que estão circulando e consultar se são verídicas ou não, e ainda ter acesso à versão autêntica dos fatos.
A iniciativa é parte do Programa de Enfrentamento à Desinformação, criado pelo TSE em agosto de 2019 com o objetivo de minimizar os efeitos dos boatos que circulam na internet envolvendo a Justiça Eleitoral e o sistema eletrônico de votação.