Anderson Christian de Oliveira foi preso no fim da tarde de ontem, em um motel, no centro de Vitória. Atualmente ele está no Centro de Triagem de Viana (ES)
A Polícia Civil do Espírito Santo concedeu uma entrevista coletiva, na manhã desta quarta-feira (14), no auditório da Chefatura de Polícia Civil, em Vitória, para falar sobre a prisão do ex-secretário de Esportes de São José do Jacuri Anderson Christian de Oliveira, que matou a ex-namorada, Natália Epifânia de Oliveira, em uma festa de aniversário na madrugada do último domingo (11). Segundo a delegada titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), Raffaella Aguiar, Anderson confessou o crime e confirmou que foi motivado pelo ciúme. Ele não esboçou reação durante a prisão.
De acordo com a delegada Raffaella Aguiar, a DHPM foi acionada pelas polícias de Minas Gerais noticiando a existência de um crime de feminicídio, que tinha chocado a pequena cidade de São José do Jacuri. As informações eram de que o autor fugiu para Vitória logo depois do crime. Após o contato entre as polícias, diligências foram feitas até conseguir prender Anderson. “De pronto já iniciamos diversas diligências com uso de inteligência policial e intenso trabalho em campo da equipe da DHPM e no fim da tarde logramos êxito de prendê-lo em um motel situado no centro de Vitória. Comunicamos a prisão para a Polícia de Minas Gerais e trouxemos ele para a DHPM, onde foram cumpridas todas as determinações legais e em seguida o encaminhamos para o Centro de Triagem de Viana, para depois ver se será recambiado para Minas Gerais”, disse.
Raffaella Aguiar explica que para recambiar o autor do crime para o estado de origem da ocorrência, será necessária uma autorização judicial. Ela ressalta que Anderson assumiu a prática do crime e disse que agiu motivado por ciúmes da vítima, já que eles tinham terminado um relacionamento. Depois que ele a viu em uma festa com um outro rapaz, não aceitou a situação. “Quando a gente chegou ao quarto do motel onde ele estava, indagamos se ele tinha ciência do por quê da realização da prisão. Ele agiu de forma irônica perguntando se ‘era por causa de um homicídio’, mas não esboçou nenhum tipo de reação quando foi preso.”
Segundo Raffaella Aguiar, a prisão de Anderson trouxe muita satisfação, já que houve uma integração de forças policiais de Minas Gerais e Espírito Santo. Ela revelou que, após realizada a prisão, comunicaram a situação para a Polícia de Minas Gerais, que logo informou aos familiares da vítima, que comemoraram bastante. “Nosso trabalho faz muita diferença para as famílias das vítimas, como também para a sociedade de modo em geral. Essa integração das forças policiais facilita muito o combate à criminalidade.”
O superintendente de Polícia Especializada da Polícia Civil do Espírito Santo, delegado José Lopes, também destacou o trabalho integrado entre as polícias dos dois estados. “O mais importante foi a parceria entre as polícias. A Polícia de Minas Gerais fez contato com a gente cedo, com o Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e também com a DHPM, que prontamente foram a campo, em um trabalho difícil, pois só tinham a informação que o autor do crime teria vindo para Vitória. Já precisamos dos policiais de Minas Gerais e fomos prontamente atendidos, e agora retribuímos. Se o bandido não tem fronteiras, a polícia também não. A gente ajuda e também é ajudado. Vale destacar o trabalho da DHPM, que vem prendendo esses autores de feminicídio cada vez mais.”
O delegado Rodrigo Nalon, responsável pela investigação do caso, agradeceu a atuação de todos os policiais envolvidos na operação e revela que o inquérito policial será relatado e concluído no prazo de dez dias e remetido à Justiça, tendo em vista que a autoria, a materialidade, circunstâncias e motivação do crime já estão definidas.
Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, haverá uma coletiva on-line com o delegado Rodrigo Nalon, hoje, a partir das 14 horas, para também falar sobre o andamento do processo de prisão de Anderson.