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Estudantes de Direito debatem liberdade de expressão na Escola Nelson de Sena

Estudantes do 2º período de Direito da Univale reúnem 200 alunos do ensino médio da Escola Estadual Professor Nelson de Sena nesta quinta-feira (31) para uma aula especial sobre direitos fundamentais e quando a liberdade de expressão ultrapassa os limites e configura crime de agressão e violação da dignidade alheia.

por Hélida Patrícia Palmeiras

GOVERNADOR VALADARES – Que a tecnologia permeia todos os aspectos da vida moderna e contemporânea, não há dúvidas. O mundo tornou-se um cenário digital em que todos estão imersos para as mais diversas atividades, desde as mais simples, como enviar uma mensagem instantânea e imediata ou curtir uma postagem, às mais complexas, como transações econômicas e financeiras. As redes sociais tornaram-se o grande ponto de encontro e onde tudo acontece. E a pergunta é: a sociedade está preparada para esta revolução tecnológica e as responsabilidades que dela derivam? 

Legitimada pelo Estado Democrático de Direito, a liberdade de expressão é um dos direitos fundamentais que tem íntima relação com todo esse processo tecnológico, e uma linha tênue que se ultrapassada pode configurar crime de agressão e violação da dignidade alheia. Daí a importância de se ter clareza quanto aos parâmetros que definem com segurança, os contornos de um direito essencial ao exercício da democracia.

O assunto virou conteúdo para uma aula especial que será ministrada, nesta quinta-feira (31), por estudantes do 2º período de Direito da Universidade Vale do Rio Doce (Univale) a cerca de 200 alunos do ensino médio da Escola Estadual Professor Nelson de Sena, no centro de Governador Valadares. “Entre likes e limites” é o título da Atividade Prática Supervisionada (APS), que integra a programação formativa dos estudantes de Direito e é realizada pelas turmas do curso a cada semestre letivo, trazendo sempre novas e importantes abordagens do Direito na vida da sociedade. A atividade terá início às 10h.

Dos Direitos Fundamentais a likes e limites

Os estudantes de Direito farão uma exposição sobre os Direitos Fundamentais assegurados na Constituição Federal Brasileira e que também têm espaço na Declaração Universal dos Direitos Humanos. E a partir disso, abordarão especificamente sobre os limites das redes sociais no contexto dos direitos fundamentais.

A aluna Ana Karolina Camargos dos Santos explica que “o objetivo da atividade é conscientizar a sociedade sobre os limites das redes sociais no contexto dos direitos fundamentais, trazendo os devidos limites dos direitos e deveres através de uma campanha educativa que busca promover o uso responsável dessas plataformas, incentivando o respeito aos direitos humanos”. Além disso, a estudante de Direito destacou a contribuição para o debate acerca da importância de um ambiente digital mais seguro e ético para todos.

A estudante de Direito Ana Karolina Camargos

Em um segundo momento, um curta-metragem será exibido aos alunos do ensino médio, abordando a livre expressão no âmbito das redes sociais. A estudante de Direito, Gabriela Gualberto, disse que o objetivo do curta é preparar o alunado da Escola Professor Nelson de Sena para o terceiro momento que será uma gincana do conhecimento. “Preparados depois de participarem da aula e de assistirem ao curta-metragem, será a hora dos alunos da Escola Nelson de Sena mostrarem que sabem tudo sobre direitos fundamentais e os limites das redes sociais com um momento totalmente interativo que será a gincana”, conta.  

A estudante de Direito Gabriela Gualberto

Internet: terra de ninguém?

Entre muitas situações polêmicas nas redes sociais, os fatos políticos, como períodos eleitorais, e a exposição excessiva da vida de pessoas públicas ou mesmo anônimas, revelam o contexto atual em que a liberdade de expressão vem sendo, frequentemente e de forma perigosa, utilizada para mascarar a disseminação de ódio, ou propagar preconceitos e violar a dignidade humana. Situações que levam, de forma equivocada, ao senso comum de que a internet seja “terra de ninguém”.

A aluna de Direito, Maria Beatriz Corrêa Peçanha, avalia que “a importância da escolha deste tema está no objetivo de conscientizarmos e combatermos o discurso de ódio, visando eliminar escudos que camuflam a propagação de opressões, discriminação e difamação contra indivíduos, utilizando a liberdade de expressão como disfarce”.

A estudante de Direito Maria Beatriz Peçanha

A liberdade de opinião e expressão, permitindo que as pessoas transmitam informações sem interferência também é garantida no artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos. No entanto, esse direito não é absoluto, se infringe outros direitos fundamentais. O que os estudantes de Direito objetivam é esclarecer que o direito à liberdade de expressão deve ser equilibrado com outros direitos, como a dignidade humana. De outra forma, o discurso de ódio, por exemplo, é inconstitucional e configura crime, mesmo que disfarçado como liberdade de expressão.

Comments 1

  1. Orlando says:

    Infelizmente o trato com a liberdade de expressão como informado viola a constituição, que a permite. Ressalvando o anonimato e colocando a responsabilidade civil e criminal. Pelo que entendi o encontro vai trabalhar autocensura, louvável, mas não está de acordo com o texto constitucional

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