As investigações feitas pela Polícia Civil (PC) sobre um esquema envolvendo fraude em concurso público, no município de Piedade de Caratinga, resultaram no cumprimento de oito mandados de busca e apreensão durante a operação Effluo. Segundo a PC, os investigadores cumpriram ordens judiciais contra os candidatos suspeitos não só em Piedade de Caratinga, mas também em Caratinga, Ipanema e Pocrane.
De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), as apurações do caso começaram no dia 28 de maio, depois de uma denúncia via e-mail, sobre a possível fraude no referido concurso. A denúncia especificava, inclusive, quais candidatos seriam beneficiados no esquema, sendo eles os que concorreriam para os cargos de advogado do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), dentista protesista e enfermeiro (a) com especialização em estomaterapia.
Conforme os investigadores, no e-mail recebido pelo MPMG, estavam anexadas as provas e os gabaritos, comprovando o vazamento.
Investigações
Em reunião com o MPMG, ficou decidido que a Polícia Civil fiscalizaria a aplicação das provas. Assim, a PC passou a investigar os candidatos suspeitos de terem fraudado o concurso, e identificou três pessoas que concorreram aos cargos denunciados, as quais, possivelmente, teriam tido acesso às provas e aos gabaritos antes da data da realização do concurso.
Segundo a PC, os três candidatos acertaram 39 das 40 perguntas, errando, todos eles, a mesma questão, o que reforça a fraude.
Assim, a PC representou pela expedição dos mandados de busca e apreensão com o objetivo de reunir outros elementos informativos para subsidiar a investigação. Durante a operação Effluo, a polícia apreendeu quatro celulares, dois notebooks, um HD externo e documentos.
As investigações são para esclarecer quem teria disponibilizado as provas e os gabaritos, quais candidatos foram beneficiados com o vazamento, além de eventual fraude no processo licitatório para contratação da banca examinadora.