Deputado acredita que a regulamentação pode gerar receita para oferecer tratamento a quem precisa
O grupo de trabalho da Câmara dos Deputados que discute a criação do Marco Regulatório dos Jogos no Brasil ouviu, nessa quinta-feira (28), o psiquiatra Hermano Tavares, especialista em Transtorno do Jogo. O médico alertou para o aumento no número de brasileiros viciados em jogos e defendeu que o Sistema Único de Saúde (SUS) amplie a rede de apoio para esses dependentes.
Tavares, que é fundador do Programa Ambulatorial do Jogo Patológico e o do Programa Ambulatorial Integrado dos Transtornos do Impulso da Universidade de São Paulo, disse aos parlamentares que o País tem apenas três centros de tratamento para Transtorno do Jogo e ressaltou que os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) não estão preparados para atender a demanda. “Se você for um jogador compulsivo no Brasil, você está em dificuldades”, alertou.
Segundo o especialista, 2% da população brasileira desenvolveu problemas com jogo, mas, desse total, apenas 0,5% precisa de tratamento.
O coordenador do grupo de trabalho, deputado Bacelar (Pode-BA), ressaltou que o SUS não consegue ampliar o atendimento por falta de dados concretos. Segundo ele, além da geração de emprego, renda, arrecadação e atração de turismo, a legalização dos jogos vai permitir que o Estado ofereça tratamento gratuito aos pacientes de transtorno dos jogos.
“Quando você traz o jogo para a legalidade, você passa a ter dados e informações precisas. É importante conhecer a quantidade de jogadores patológicos para estabelecer as políticas públicas e ações educativas para minimizar o jogo”, afirmou.
A proposta
O projeto do Marco Regulatório dos Jogos no Brasil (PL 442/91) tramita há 30 anos na Câmara dos Deputados.
O texto foi aprovado em comissão especial da Câmara em 2016 e, desde então, aguarda votação no Plenário.