Escritor Cosme Pereira é homenageado com placa na Praça Tiradentes, em Sabinópolis

O sabinopolense Cosme Pereira da Silva teve seu nome eternizado, nesta semana, na Praça Tiradentes, em Sabinópolis, com uma placa contendo um poema escrito por ele. A cerimônia contou com a presença de familiares e amigos, que ficaram emocionados. Cosme faleceu com 61 anos, no dia 5 de julho de 2020, em decorrência da covid-19.

Cosme chegou a escrever o livro “Nossa Vida, Nosso Destino”, que era formado por uma compilação de 10 contos escritos por ele sobre assuntos referentes a caminhos e escolhas, de acordo com sua visão que tinha da vida, e que foi lançado em março de 2015, durante as programações da Feira Saber Mais, em Valadares.

A professora universitária Camila Amaral, filha de Cosme, ficou muito feliz pela inauguração da placa com o poema que o pai escreveu. Ela destaca que esse momento também serviu para mostrar que as pessoas que faleceram de covid-19 não podem ficar esquecidas. “Meu pai nasceu em Sabinópolis e veio de uma família humilde, de 12 irmãos. Quando jovens, muitos irmãos lutaram por melhores condições de vida e saíram da pequena cidade em busca de trabalho. Meu pai foi morar em São Paulo (capital) e depois veio morar em Governador Valadares, mas nunca esqueceu sua cidade natal. E sempre visitava lá seus familiares e amigos. E escrevia muito sobre a tranquilidade e o aconchego daquela cidade. Meu pai deixa um irmão gêmeo e três filhas. Sou a filha do meio. E fiquei muito feliz pela homenagem na praça de Sabinópolis. Pai além de escritor, amava muito aquela cidade”, disse.

Confira o poema na íntegra:

Minha querida Sabinópolis

Minha querida Sabinópolis
Eu passo a vida recordando
De tudo quanto aí deixei
Sabinópolis, Sabinópolis
Um dia eu saí daí
Pra voltar e não voltei
Mas lhe confesso na saudade
As dores que arranjei pra mim
Pois todo o pranto dessas mágoas
Ainda irei juntar os amigos pra desabafar e relembrar
Dos bons tempos que aí passei
Minha querida Sabinópolis
Vivo só pensando em ti
Ai que saudades dessa terra
Onde eu nasci
Recordo da casa em que eu morava
Na rua Tiradentes, 27
Meu flamboyant na primavera
Que bonito ele era
Dando sombra no quintal
A minha escola, a minha rua
Os meus primeiros madrugais
Como o tempo voa
Ao lembrar a terra boa
Coisas que não voltam mais
Sabe minha querida Sabinópolis
Eu trouxe muita coisa de você
E todas essas coisas me fizeram crescer
Obrigado por alegrar a minha vida
Vim do pó, e para o pó irei voltar
Eu nasci em Sabinópolis e aí que vou me enterrar

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