Os postos mineiros, especialmente no interior, estão com dificuldades para repor estoques de etanol, segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro). A principal causa apontada é a entressafra, período em que a produção fica mais lenta.
De acordo com a Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), que representa as usinas produtoras do combustível de cana, a safra deste ano está atrasada por questões climáticas e incêndios nos canaviais.
Aurélio Costa é proprietário do posto de gasolina “século 21”, em Valadares, e precisou reajustar o preço do etanol hoje (20). “Está cada dia mais difícil. O preço está muito alto até para revender, e nesse último mês está mais complicado ainda”, afirmou.
Segundo ele, mesmo com a escassez, os pontos que são bandeirados têm conseguido. “A gente que é bandeirado a companhia fornece, mas os postos independentes estão com dificuldades de conseguir. Eu estou passando muito aperto nos postos das outras redes”, disse.
Para o diretor regional do Minaspetro, Rubens Perim, alguns postos podem até ficar sem etanol, mas acabar a demanda do combustível não. “Não acredito que vá faltar totalmente. Às vezes pode acabar em um posto, mas em outro terá um pouco”, afirmou.
Gasolina
A escassez do etanol também pode afetar a produção da gasolina, já que 27% do combustível é composto por etanol anidro. Dessa forma, a gasolina também tem a possibilidade de ficar em falta.
O diesel também está em escassez. “O Brasil importa 20% de diesel e, com a guerra da Rússia e Ucrânia, está tendo dificuldades, além de também haver uma defasagem de preço”, explicou Rubens Perim.
A expectativa é que até o final de maio a oferta de etanol se regularize. “O etanol é só esperar mesmo, acredito que mês que vem está estabilizado. Já o diesel, é esperar as importações chegarem, porque demora em média 30 dias”, disse.