Entenda por que o Hospital César Leite, de Manhuaçu, está enfrentando dificuldades financeiras

Segundo a assessoria do Hospital César Leite, em Manhuaçu, a entidade filantrópica vem enfrentando dificuldades financeiras com a sobrecarga de atendimentos e falta de contrapartida financeira. A situação da unidade hospitalar foi apresentada durante reunião na última semana, envolvendo a mesa diretora e o conselho superior e representantes dos vários setores da sociedade, além da Prefeitura de Manhuaçu, Secretaria Municipal de Saúde e da Superintendência Regional de Saúde.

A reunião contou também com a presença da diretora da Superintendência Regional de Saúde, Maria das Graças de Lima Brandão, da secretária de Saúde de Manhuaçu, Ana Lígia de Assis Garcia, da presidente do Coamma, Marinês Bragança, e da Presidente do Conselho Municipal de Saúde de Manhuaçu, Vanda Lúcia Carneiro.

O provedor do Hospital César Leite, Fernando José de Lima, destacou que a unidade hospitalar vem sofrendo o impacto maior desde que assumiu o serviço de urgência e emergência (a antiga UPA), o que ocasionou no aumento do fluxo sem contrapartidas para sua manutenção.

“Desde a abertura da nossa urgência emergência, no final de fevereiro até hoje, estamos acumulando um déficit de aproximadamente 5 milhões de reais para mantermos o serviço funcionando. Houve uma manifestação de vários municípios no sentido de que iriam auxiliar na manutenção, mas somente três estão pagando essa contrapartida”, detalhou.

Setor de urgência e emergência

O setor de urgência e emergência é uma preocupação do Hospital César Leite. Dos 23 municípios que fazem parte da região atendida, apenas três colaboram para sua manutenção: Manhuaçu, Chalé e Caputira. “Isso que foi o que nos causou um transtorno muito grande. Temos recebido pacientes de todos os municípios. Não deixamos de atender e estamos com nossa equipe fazendo o melhor possível. Todo dia tem várias ambulâncias aqui trazendo pacientes da região. Antes de assumirmos o serviço, mostramos a quantidade que cada cidade utilizava da UPA e pedimos a contrapartida correspondente. Vários prefeitos e secretários assumiram o compromisso, que iriam nos ajudar a manter a urgência e emergência, mas isso não está acontecendo. Os três que estão nos auxiliando são Manhuaçu, Chalé e Caputira. Quero agradecer a eles e lamentar que as outras cidades ainda não estão fazendo sua parte”, pontuou Fernando José de Lima.

Os custos de manutenção e o problema da falta de contrapartida também serão encaminhados ao Ministério Público, a fim de buscar um entendimento com os municípios vizinhos.

A Superintendência Regional de Saúde de Manhuaçu também manifestou preocupação com o cenário e ressaltou que a região depende da estrutura do Hospital César Leite. As demandas levantadas pelo HCL serão apresentadas à Secretaria de Estado de Saúde.

Além disso, há uma expectativa de que o início das atividades do SAMU ajude a regular os encaminhamentos, inclusive com os hospitais da região que fazem parte da rede de urgência e emergência.

Piso da enfermagem

Outra grande preocupação dos hospitais filantrópicos de todo o país e também da direção do Hospital César Leite é em relação ao piso salarial da enfermagem, que foi aprovada pelo governo federal e que deve entrar em vigor a partir do mês de setembro.

“Isso vem nos preocupando em termos de custos e do impacto na nossa folha de pagamento. O piso é mais do que é justo e sou a favor do pagamento, afinal são profissionais qualificados e é um direito. O que nos preocupa é que não houve uma contrapartida do governo federal para conseguirmos pagar essa nova despesa. Somente no HCL, pelos nossos levantamentos, isso representa um aumento com a folha de cerca de 700 a 800 mil reais todos os meses”, ressaltou Fernando José de Lima.

Segundo ele, o HCL busca soluções, como os demais hospitais filantrópicos e santas casas de todo o país. A preocupação da direção e conselho é para manter os colaboradores e não ter que fechar serviços para compensar o impacto na folha.

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