O ex-atleta olímpico ficará 14 dias no Japão para acompanhar atletas que participaram do programa de desenvolvimento da Federação Internacional de Canoagem, além de estar na torcida pelos brasileiros
Sebastián Cuattrin já está no Japão para acompanhar as competições de canoagem dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Será a sétima participação dele em olimpíadas, sendo a terceira como dirigente e atuando nos bastidores. Atualmente, o ex-atleta olímpico é Gerente Mundial de Desenvolvimento na Federação Internacional de Canoagem. O DRD conversou com ele sobre mais esta oportunidade de vivenciar o ambiente de uma olimpíada. O ex-atleta olímpico tem boa expectativa de bons resultados de brasileiros na canoagem.
Cuattrin está bem confiante nos atletas do Brasil na competição de canoagem. A brasileira Ana Sátila era uma das atletas que chegaramu com grandes chances de medalhas nos jogos, mas acabou falhando na prova decisiva da C1 canoagem slalom e terminou em 10º lugar na final. Mesmo assim foi a primeira atleta brasileira que chegou em uma final olímpica desta prova. O Brasil ainda terá outros atletas na disputa, e Cuattrin projeta grandes resultados. “Estou muito confiante que eles farão um bom papel e conseguirão excelentes resultados. Temos ainda boas chances com o Pepê na canoagem slalom, na prova do K1 (caiaque), do Isaquias e do Jacky Godmann, na C2 velocidade. O Isaquias também disputará no C1 velocidade individual, além do Vagner Souta no K1 velocidade”.
Por ser o gerente geral do programa de desenvolvimento da Federação Internacional de Canoagem, Cuattrin também veio aos jogos para acompanhar o desempenho dos atletas que participaram deste programa no qual ele gerencia. “Alguns destes atletas que fizeram parte do programa de desenvolvimento se classificaram para os jogos e não estamos mais apoiando estes atletas, pois assim que se classificaram, o comitê olímpico nacional de cada um deles assumiu o comando do processo. Vim aqui para acompanhar a participação dos atletas, se o resultado que eles conseguirem será mesmo o que foi planejado, além de dar suporte para a Federação Internacional de Canoagem em todas as áreas que sejam necessárias, dentro do meu conhecimento. Como fiz parte da organização do Rio 2016, eu contribuo bastante neste processo. Caso alguma coisa aconteça estarei presente para ajudar”, disse.
O ex-atleta explica que o sentimento é de muita alegria em poder vivenciar novamente um ambiente de olimpíadas e a sensação é a mesma de quando era atleta. “Quando estava voando para o Japão estava na maior felicidade de poder estar em mais um jogo olímpico, desta vez como gerente da Federação Internacional de Canoagem e contribuindo de alguma forma. A emoção é grande, porém o coração fica mais apertado, pois tem que ficar na torcida pelos brasileiros nos bastidores. Apesar de ter que ser o mais imparcial possível, o coração é verde e amarelo sempre e a satisfação é grande quando nossos atletas brasileiros estão competindo e chegam ao pódio”.
Antes de iniciar os jogos foi muito discutida a viabilidade de realização da competição em meio a uma pandemia. Tanto que os Jogos Olímpicos de Tóquio foram adiados no ano passado e só puderam acontecer agora. De acordo com Cuattrin, ele ficará por 14 dias no Japão obedecendo a um protocolo rígido no combate à covid-19. “Desde que eu cheguei achei os protocolos fantásticos. Temos que seguir todo este processo de segurança e estamos numa espécie de bolha sanitária, com contato mínimo de pessoas dentro do hotel. Só saímos do hotel quando necessário e sempre obedecendo protocolos e restrições. Saímos em um ônibus separado, que vai direto para as instalações determinadas pelo comitê organizador, sem parar em lugar nenhum no caminho. A gente respeita muito isso. Vejo os japoneses andando e correndo no parque, mas eu não posso fazer isso para não colocar ninguém em risco, como foi indicado para nós”.
Valadarense de coração
Sebastián Cuattrin nasceu em Rosário, na Argentina, mas chegou ao Brasil junto com a sua família quando tinha cinco anos de idade. Seu primeiro contato com a canoagem foi aos 13 anos, no rio Doce, em Governador Valadares, onde começou a se destacar no esporte.
O ex-atleta olímpico é um dos maiores nomes da canoagem do Brasil. Participou como atleta nos Jogos Olímpicos de Barcelona 1992, Atlanta 1996 – onde garantiu a primeira final olímpica de um atleta brasileiro na prova do K1 1.000 metros – Sydney 2000 e Atenas 2004. Ainda esteve presente na organização da parte da canoagem em Londres 2012 e Rio 2016.
Cuatrrin foi incluído no Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil (COB) no ano passado. Ele competiu por 22 anos e conquistou resultados expressivos. Foram 11 medalhas em Jogos Pan-Americanos, 25 medalhas em Jogos Sul-Americanos e nove medalhas em etapas da Copa do Mundo.