O que Doro Brasamundo tem de deficiência visual sobra na capacidade musical e não o impede de fazer shows em todo o Brasil
A história de superação de Teodoro José dos Santos, conhecido por todos como Doro do Brasamundo, de 50 anos, casado e pai de três filhos, começou há 20 anos quando ele decidiu que a estrada seria sua nova casa.
Ele montou um conjunto musical intitulado de “Doro do Brasamundo e Banda” e, desde então, vem fazendo shows pelo Brasil afora. Mas por que o apelido de Doro do Brasamundo?
“Doro é como sou conhecido na minha cidade e Brasamundo é o nome do povoado onde nasci, que fica na zona rural do município de Salinas – MG, onde moro até hoje. Desde que montei a banda já perdi a conta de tantas apresentações que fiz em programas de televisão, um deles é a TV Leste/Record, que sou muito bem recebido”, conta Doro Brasamundo.
A sua história com a sanfona começou aos 12 anos e não parou mais. Entre dores e felicidade, a caminhada seguiu. “Perdi minha mãe com 12 anos, foi aí que comecei a minha carreira. Meu pai comprou uma sanfona e me deu de presente. Aos 19 anos mudei para Salinas e comecei a tocar em festas de igrejas e casamentos. Em 1992 eu me casei, e hoje tenho três filhos; momento de muita alegria. Só que em 1999, após ajudar a empurrar um carro, eu tive um descolamento de retina e perdi a visão”, lembra o sanfoneiro.
De acordo com Doro, depois de todas as dificuldades que ele já havia passado na vida, perder a visão foi um momento de recomeço. “O meu trabalho hoje é através da inteligência, coragem e superação, porque a vida é assim: trabalhando, cantando e fazendo o que gosto, que é tocar e cantar”.
Aliás, segundo ele, sua história de vida é muito triste, mas também alegre, afinal ele conquistou o que ele sonhava: que é o sucesso. Hoje, Doro já tem oito CDs e DVDs gravados e vai lançar ainda mais um CD este ano.
Aliás o Diário do Rio Doce teve acesso à música de sucesso deste novo CD, que é bem assim: “Quem quiser saber quem sou olha para o céu azul, ele está junto comigo…” Doro toca a sanfoninha oito baixos, a famosa “pé de bode”. Conhecido como maluquinho da sanfona, ele toca sanfona na cabeça, com o queixo no teclado da sanfoninha, em substituição às mãos, tudo isso sem sair do tom e sem desafinar. Além de sanfoneiro ele também é repentista.
A banda de Doro é composta por teclado, guitarra, baixo, zabumba e sua sanfoninha pé de bode. Doro fez uma participação na novela América, em 2005. Na novela ele tocava sanfona, cantava e fazia repente. Considerado uma pessoa muito pra cima, alegre e trabalhador, nem parece que é deficiente visual, com total superação ao problema e às dificuldades do dia a dia.