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Eliminatórias: Titular do Brasil contra Equador, Danilo ressalta importância da versatilidade

Danilo, 29, contou os dias para a Copa do Mundo da Rússia, em 2018. Então campeão inglês pelo Manchester City (ING), ele era titular de Tite na seleção e jogou na estreia contra a Suíça, na Arena Rostov. Foi sua única partida no torneio.


“A Copa de 2018 passou de uma alegria grande para uma frustração enorme. Quando você se lesiona em um momento como esse, é muito difícil”, afirma o jogador que hoje defende a Juventus (ITA).


Nesta sexta-feira (4), Danilo e a seleção brasileira recomeçam o ciclo para outro mundial. A equipe enfrenta o Equador pelas Eliminatórias sul-americanas às 21h30, no Beira-Rio, em Porto Alegre.


Será a primeira rodada depois de sete meses de paralisação, causada pelo aumento de casos da Covid-19 no continente. O Brasil está com a classificação bem encaminhada. Depois de quatro partidas, lidera com 12 pontos e 100% de aproveitamento. O Equador está em terceiro, com 9. Vão ao Qatar em 2022 os quatro primeiros colocados. O 5º disputa uma repescagem.


Logo após o empate com a Suíça, há três anos, Danilo sentiu dores no quadril e foi substituído por Fagner. Depois sofreu lesão no tornozelo esquerdo e só não foi cortado porque pediu para continuar com a delegação na Rússia para dar apoio aos colegas. O Brasil caiu nas quartas de final ao ser derrotado por 2 a 1 pela Bélgica.


“Eu coloquei na cabeça que deveria continuar trabalhando porque outra Copa viria. Faz dez anos da minha primeira convocação. Ainda falta título, falta conquista. Tenho expectativas ainda mais altas agora porque estou mais maduro”, explica.


Danilo poderia ter um troféu com a seleção no currículo, mas não foi chamado para a Copa América de 2019. Pelas Eliminatórias foi titular em todas as partidas até agora. Ele corre o risco de, nas próximas convocações, ter a concorrência de Daniel Alves.


Já a teria agora, mas o lateral do São Paulo sofreu uma lesão no joelho na primeira partida da final do Campeonato Paulista e acabou cortado por Tite.


Não que o agora titular veja isso como um problema. Ao contrário, torce para a volta de Alves. A presença do são-paulino, ex-jogador de Barcelona, Juventus e PSG, com a camisa amarela tem sido constante nos dez anos desde que Danilo foi chamado pela primeira vez.


“Eu me espelho nele, é um dos meus exemplos na posição, na agressividade do jogo, concentração. Competir com o Daniel Alves me faz buscar estar sempre no melhor nível. Digo para mim mesmo que se eu não estiver no topo, ele vai ficar na minha frente. Daniel me faz estar no melhor, me faz cuidar de cada detalhe”, completa.


O otimismo de Danilo e sua fé de que a Copa do Mundo de 2022 vai ser melhor do que foi a de 2018 tem outra faceta além da simples briga pela vaga na lateral. Mais e mais ele se torna um jogador versátil, que atua em outras posições. Mais do que isso, se diverte nelas, reconhece. Tem atuado também como zagueiro e volante. Processo que começou no Manchester City e seguiu na Juventus.


Ser polivalente pode ser a chave para estar sempre na cabeça de Tite no momento de montar o quebra-cabeça das convocações.


“Versatilidade me favorece se você analisar a situação da seleção brasileira. Há uma imensidão de jogadores de qualidade. Se olhar os torneios que a seleção está presente, são sempre competições de tiro curto, então é importante ter nomes que podem ajudar em mais de uma função.”


Esse é um assunto que Danilo gosta de falar. Comenta de maneira longa sobre ocupação de espaços em campo, como terminar cada jogada, a maneira que a lateral se tornou uma posição mais e mais complexa com o passar dos anos. A forma como quem desempenha esse papel deve “agir de acordo com a equipe, o adversário e a bola.”


“É a função em campo que ajuda na construção, na circulação da bola por determinadas zonas e que não deixa o adversário contra-atacar”, explica.


Danilo ressalta isso porque tem uma percepção de que são jogadores não tão valorizados quanto deveriam. Nenhum lateral foi eleito melhor do mundo pela Fifa ou em sua versão anterior, a Bola de Ouro da revista francesa France Football.


“Eu bato muito nessa tecla porque é uma percepção antiga. O Daniel Alves é exemplo disso, da qualidade que o lateral precisa ter, mas há outros. João Cancelo (português), Marcelo (Real Madrid)… São atletas que atuam na lateral e são muito importantes em vários quesitos de uma equipe. O foco muitas vezes vai para o meio-campista, para o atacante, e isso tem de mudar. O lateral moderno tem de ser mais valorizado porque agrega muito”, ressalta.


Acrescenta tanto que ele foi obrigado a dar uma alfinetada na conta oficial da Fifa no Twitter. Na temporada passada, a entidade parabenizou Cristiano Ronaldo, seu companheiro de Juventus, por ter sido o único jogador campeão nas ligas da Itália, Inglaterra e Espanha.


Danilo respondeu com um emoji de quem tinha dúvida sobre aquilo.


“Eu também venci todas essas competições. Mas depois eles me disseram que o Cristiano foi o único a ganhar duas vezes. Falei: ‘ah, tudo bem, então.’


O brasileiro foi campeão italiano em Turim, inglês pelo City e espanhol pelo Real Madrid. Antes disso, fez o gol do título da Libertadores pelo Santos em 2011, o que o faz receber até hoje pedidos para voltar à Vila Belmiro.


Pode até ser no futuro. Mas por enquanto, ele planeja ser o único a ganhar quatro campeonatos nacionais diferentes (também foi campeão em Portugal) e a Copa do Mundo. SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

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