De acordo com Luimara Victor de Carvalho, acontecimentos estão relacionados ao comportamento dos condutores e não à sinalização
O trecho do cruzamento da avenida JK com a rua João Dias Duarte é, frequentemente, palco de cenas lamentáveis. Assim relata João Siqueira, que tem uma loja de baterias na região. Segundo o comerciante, diariamente ele presencia acidentes de trânsito que até chegam a envolver três veículos ou mais. “Toda semana, aqui, são 3, 4 [acidentes], no mínimo. O pior ofensor que a gente vê acontecendo, na prática, é o celular. Acabam esquecendo, em um momento ali, e ‘encostando’ um no outro. Tem hora que vão três carros, um atrás do outro”, comenta.
Local é um constante cenário de acidentes
Aliás, na tarde do dia 30 de abril, o trecho foi, mais uma vez, alvo de socorristas, curiosos e familiares enlutados. Uma mulher, de 34 anos, foi a vítima do acidente fatal, entre uma moto e um carro do Corpo de Bombeiros. De acordo com a PM, os Bombeiros seguiam na avenida JK com destino ao bairro São Paulo. Segundo a equipe, o veículo estava com sinal sonoro e giroflex ligado. Mas, no trajeto – na altura do cruzamento com a rua João Dias Duarte -, a motociclista bateu na lateral do carro. A equipe socorreu a vítima, que infelizmente não resistiu aos ferimentos.
Mediante tantos casos de acidentes, até mesmo fatais, no mesmo local, nossa equipe esteve na região juntamente com a educadora de trânsito Luimara Victor de Carvalho. Então a especialista confirmou os excessos que ocorrem na localidade, mas destacou que há sinalização suficiente para evitar as colisões. O primeiro equipamento educacional é a sinalização. Porque ela está mostrando o que pode ser feito numa via e o que não pode. E em qualquer lugar do Brasil e do mundo é assim”, afirma.
Masm ao observar, por alguns minutos, a velocidade de veículos no cruzamento – que possui semáforos em todos os sentidos -, Luimara Victor de Carvalho analisa: “Eles estão querendo correr. E a gente está mostrando que não é correr, você precisa das sinalizações justamente, no trânsito, para você viver. Faça seu transporte, mas faça uma circulação segura e coloque em primeiro lugar a sua vida”, orienta.
Casos de imprudência
Sobretudo, a educadora de trânsito ressalta o número expressivo de condutores que, todos os dias, não respeitam a sinalização. Inclusive, durante a entrevista, Luimara Victor de Carvalho, juntamente com nossa equipe, presenciou uma série de infrações. E a campeã de todas é a ultrapassagem do sinal vermelho. Segundo Carvalho, os condutores têm a cultura de pensar que a sinalização amarela, de “atenção”, é o momento de acelerar.
Contudo a educadora explica que o correto é reduzir a marcha. Afinal o tempo de durabilidade da luz amarela é muito curto. Portanto, na maioria das situações, o condutor acredita ter passando no sinal amarelo, enquanto o semáforo já mudou rapidamente para o vermelho. Sendo assim, o condutor comete a infração sem perceber. Já a respeito dos acidentes no cruzamento, Carvalho define:
“Acontecem muitos acidentes por causa da imprudência. As sinalizações é que passam a informação como velocidade, proibido parar e estacionar, todas as informações começam primeiro na via. Então a imprudência acontece porque o condutor, muitas vezes, não obedece, ele acaba esquecendo que o principal fator educacional são as sinalizações para que ele fique vivo”.
Confira alguns exemplos de infrações, no semáforo, ocorridos na manhã desta segunda-feira (23), no cruzamento da avenida JK com a rua João Dias Duarte:
“Ele acha que passou no amarelo, mas já está totalmente no semáforo vermelho. Ele não tem uma noção de tempo e velocidade”, esclarece a educadora. Sem contar que essas são circunstâncias em que acidentes acontecem. Pois, nos cruzamentos, enquanto os veículos de um semáforo desrespeitam a luz vermelha, os carros e motos, no outro semáforo, se preparam para sair, o que resulta em colisões.
Radar e multas
De acordo com Carvalho, a multa para essa infração, atualmente, está em R$ 293,47. Luimara Victor de Carvalho ainda reforça que o radar é acionado, automaticamente, pelo próprio condutor, no momento da infração.
“O radar é um sensor. Essa informação [multa] que chega para ele [condutor] são autuações feitas por ele mesmo. Essa autuação chega para ele para mostrar o que está fazendo de errado e como ele está colocando a vida em risco”, conclui.
Índices de acidentes de trânsito em Valadares
Conforme dados do Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito (Renaest), Valadares possui uma frota total de 149.352 veículos. De 2018 até agora, já foram registrados 14.350 acidentes no município. Destes, 116 foram fatais. Além disso, o índice do Renaest aponta que o maior fluxo de acidentes ocorre às segundas-feiras (15,78%), quintas-feiras (14,48%), sexta-feiras (16,36%) e sábados (14,08%), sendo 42,3%, no período da tarde.
Ainda de acordo com o Renaest, o maior número de acidentes, nos últimos quatro anos, foi ocasionado por “colisão lateral”, ou seja, a mesma circunstância do acidente do último dia 30 de abril.