O pastor Silas Malafaia, líder da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, afirmou que o apoio eleitoral da comunidade evangélica ao presidente eleito Jair Bolsonaro aconteceu em parte por causa da posição em relação a Israel. Voltar atrás na questão da transferência da embaixada faria Bolsonaro “perder crédito pra caramba”, segundo Malafaia.
“É melhor ele cumprir, porque vai ficar chato, vai ficar muito ruim para ele no meio da comunidade evangélica”, afirmou Malafaia, frisando que era sua opinião. Questionado se voltar atrás tiraria votos de Bolsonaro no Congresso Nacional, Malafaia respondeu que não é parlamentar, mas disse que a bancada evangélica tem “mais de 130 deputados agora” e que Bolsonaro “tem que saber o que quer”.
Malafaia foi ao hotel onde o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, está hospedado para um encontro do premiê israelense com líderes cristãos. O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), falou na abertura do encontro. O líder da IURD e tio de Crivella, bispo Edir Macedo, anunciou apoio formal a Bolsonaro durante a campanha eleitoral. O cardeal-arcebispo do Rio, d. Orani Tempesta, também estava no encontro.
Assim como na reunião com a comunidade judaica, Netanyahu defendeu Jerusalém como capital de Israel no discurso aos líderes cristãos. O premiê descreveu Israel como o único país no Oriente Médio que é seguro para cristãos. “Não temos melhores amigos no mundo do que a comunidade evangélica. E a comunidade evangélica não tem melhor amigo do que Israel”, afirmou Netanyahu.
Por Vinicius Neder da Agência Estado