Presidente da Associação Médica de Governador Valadares elogia trabalho dos profissionais de medicina da cidade
Hoje, 18 de outubro, é marcado pela celebração do Dia do Médico, data em que também é comemorado o dia do padroeiro dos médicos: São Lucas.
Aliás, a data comemorativa serve para uma reflexão do papel importante que o médico exerce na sociedade, já que ele é um dos responsáveis por promover a saúde das pessoas através de consultas, tratamentos e cirurgias. O médico precisa de muita capacitação, conexão emocional com o paciente e dinamismo no exercício da profissão, pois muitas coisas mudam no decorrer dos anos.
O Dr. Roberto Carlos Machado está no seu segundo mandato como presidente da Associação Médica de Governador Valadares (AMGV). Ele conta que o estudo é fundamental para qualquer profissional, e para os médicos isso não pode ser diferente. “A medicina é uma profissão que sempre precisa de muito estudo. Claro que toda profissão exige trabalho e atualização, mas a medicina é uma ciência em que as verdades mudam com uma frequência. Hoje, com a informação muito rápida e que também chega ao paciente, o profissional tem que ter um estudo maior e se organizar para ofertar um atendimento de melhor qualidade. A atualização médica sempre foi exigida e a cada dia mais será necessário isso”, disse.
O presidente da AMGV revela que a medicina baseada em evidências tem ajudado na escolha dos tratamentos aos pacientes e que isso refletiu no aumento do número de especializações. “A medicina baseada em evidências faz parte de estudos que tentam juntar vários trabalhos concluídos com base científica para a escolha de determinado tratamento como o melhor a ser usado para determinado tipo de doença. Isso tem levado os médicos a buscar especializações em maior quantidade. Tem médico que antes era especialista em ortopedia e hoje você já encontra o ortopedista que só mexe com pé, outro ortopedista que só mexe com mão. Antes tinha o ginecologista que fazia tudo, mas hoje temos o ginecologista que é especialista em incontinência urinária, o mastologista que mexe com a mama, o ginecologista que mexe com reprodução, dentre outros. Essas especializações dentro dessas áreas, em função das constantes atualizações, têm crescido muito na medicina.”
Sobre a realidade da medicina em Governador Valadares, Dr. Roberto Carlos Machado garante a qualidade dos serviços prestados pelos profissionais na cidade. “Em Valadares temos um número grande de médicos da melhor qualidade. Somos um polo de referência na região, com profissionais comparados a profissionais dos grandes centros do país. Exercemos uma medicina de boa qualidade e eu só tenho a falar que os colegas médicos, a maior parte deles, são profissionais que se atualizam e que estudam sempre, tanto é que boa parte desses estão dentro das faculdades lecionando, dando curso para residência médica etc. São profissionais dos quais a Associação Médica de Governador Valadares se orgulha.”
O Dr. Nilo Sérgio Nominato é um ginecologista de Governador Valadares e também coordena o curso de medicina na Univale. Ele ressalta que o médico é um profissional importantíssimo, que, por muitas vezes, precisa superar realidades não tão boas, como a falta de estrutura nos trabalhos, além de destacar a necessidade de buscar sempre capacitação. “O médico é responsável por zelar pelo que nós temos de mais precioso: a saúde. Promover saúde no Brasil sempre foi um grande desafio, pois temos dificuldades socioeconômicas e investimentos que não são adequados. Médico, além de trabalhar, tem que dedicar uma parte importante do seu tempo a estudos. Estamos vivendo uma época de muitas alternativas de tratamentos, propedêutica e diagnósticos, uma necessidade constante de aprimoramento e estudos.”
Futuros médicos
O estudante Gustavo Moraes Cruz, 25 anos, está no 8º período do curso de medicina da Univale. Ele já fez estágio no Samu por cerca de seis meses e estagiou também na própria universidade, realizando atendimentos, desde o 5º período, no Ambulatório Médico de Especialidades (AME), além de atender em Estratégias Saúde da Família (ESF) e hospitais.
Mesmo estudante, Gustavo explica que já consegue visualizar as mudanças no exercício da profissão e será necessário estar bem preparado em todos os sentidos para ser um bom profissional. “A gente consegue perceber que o campo de trabalho na medicina sofreu mudanças muito significativas em comparação a pouco tempo atrás. As pessoas têm acesso muito fácil à informação. Muitas vezes o paciente já chega ao consultório sabendo muito a respeito do que ele está sentindo. Essa situação exige que o médico tenha uma formação cada vez mais capacitada para responder as perguntas e passar confiança ao seu paciente. Nesse período crítico de pandemia houve uma sobrecarga de atendimentos e cada vez mais as pessoas estão procurando consultório médico, sem falar que existe uma sobrecarga psicológica, pois, ao mesmo tempo que o médico tem que estar apto a cuidar da saúde do próximo, ele também tem que cuidar da própria saúde. É que daqui para a frente teremos um campo de trabalho cada vez mais desafiador, já que tem que estar bem preparado para responder uma gama de perguntas específicas, e mais preparado para lidar com a pressão psicológica, seja pela sobrecarga de trabalho ou a sanidade mental.”
Gustavo ressalta que muitas pessoas precisam olhar como é a vida profissional dos médicos e as batalhas do dia a dia, já que muitos só enxergam a questão financeira. “Quando se fala do profissional médico, as pessoas tendem a levar para o lado do holofote e na questão financeira com uma vida de luxo. O que acontece é que as pessoas não conseguem ver a realidade. O profissional passa por horas extenuantes de trabalho, além do risco ocupacional, já que os médicos ficam expostos diariamente e também correm riscos. Quando se tem uma data específica sobre o profissional médico, eu sinto gratidão e reconhecimento. Essas duas palavras definem bem.”
Daniel Caliman de Souza, 24 anos, está no último período do curso de medicina da UFJF campus GV e tem experiência de estágios no Hospital Municipal de Governador Valadares, Hospital Samaritano, UPA, Nasf e em algumas unidades de Saúde da Família. Ele reconhece os desafios da profissão e vê que a data serve para relembrar muitas coisas. “Esta é uma data especial o Dia do Médico. Dia de lembrar os verdadeiros motivos que nos fizeram trilhar esse caminho, que, admito, não é fácil, mas muito gratificante. Em meio a uma pandemia, lembramos do valor que têm os profissionais da saúde, que dedicam a vida a cuidar de outras vidas.”
Próximo da formatura, Daniel já vislumbra que terá não só um trabalho, mas uma missão de vida. Ele revela que a experiência adquirida no tempo de estudos e estágio o ajudará bastante. “Para mim, ser médico é muito mais do que uma profissão, é uma missão. É assumir um compromisso para o resto da vida. Durante os seis anos de curso, pude ajudar e ser ajudado e aprender com cada mestre e cada paciente que tive, que a medicina não se trata de doenças, mas de indivíduos e suas particularidades. Para o futuro, espero poder aplicar tudo o que aprendi e contribuir com uma melhor qualidade de vida a todos, sempre de maneira humanizada e visando o melhor para quem realmente importa: o paciente.”