GOVERNADOR VALADARES – Nos meses de maio e junho é comum as temperaturas caírem em Governador Valadares, embora o clima quente seja predominante durante quase todo o ano. Nos próximos dias, a chegada de massa de ar polar que acompanha uma frente fria vai causar queda brusca na temperatura.
É comum nesse período do ano aumentar a disseminação de vírus respiratórios. Uma preocupação a mais com o novo coronavírus, que se propaga com mais facilidade em ambientes frios, o que exige cuidado redobrado da população.
Como fica o tempo em GV
Em entrevista ao DRD, a professora no Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG/GV) Daniela Martins Cunha, especialista em climatologia e cartografia, apresentou um balanço das mudanças climáticas previstas para acontecerem nos próximos dias e meses em Valadares.
“O outono é uma estação do ano marcada pela presença de dias mais secos, nos quais o céu fica mais limpo, praticamente sem nuvens. São justamente essas características, especialmente a falta de nuvens durante o dia e a noite, que irão contribuir para a existência de dias mais quentes e noites mais frias, o que, por consequência, irá colaborar para as maiores amplitudes térmicas (diferença entre a temperatura máxima e mínima de um dia) sentidas durante o outono”, explicou.
Segundo Daniela, em um dia de céu ensolarado e limpo, sem a barreira das nuvens, ocorre a entrada da radiação solar, a qual aquece a terra, e, posteriormente, a atmosfera, o que ocasiona tardes mais quentes na cidade. Já durante a noite o calor recebido de dia é rapidamente perdido para a atmosfera, o que ocasiona um resfriamento rápido.
“Esse resfriamento é sentido principalmente nas madrugadas e pode ser aumentado quando ocorre a presença de massa de ar polar, a qual normalmente chega à nossa região nesta época, após a passagem de uma frente fria”, afirma a especialista.
Conforme os dados da Estação Meteorológica do Inmet localizada no campus do IFMG, no mês de maio uma das maiores amplitudes térmicas de Governador Valadares foi registrada no dia 2, o que pode ser observado na imagem abaixo:
“É importante ainda destacar que nesta época é comum a entrada em nossa região de frentes frias e que os dias que antecedem a sua chegada costumam ser um pouco mais quentes e abafados, com alterações da pressão atmosférica, e os dias posteriores à sua passagem podem ser mais frios, tanto durante o dia como, especialmente, nas madrugadas”, ressaltou Daniela.
Cuidados redobrados
A infectologista Junea Ferrari, professora da Universidade Vale do Rio Doce (Univale), acredita que a chegada do frio pode aumentar a demanda no sistema público de saúde, devido ao surgimento de doenças respiratórias.
“Pode, sim, porque, além de aumentar as internações e a procura pelos hospitais, pode acarretar dificuldades de diagnóstico, por serem os sintomas iguais aos da Covid. Além disso, as pessoas tendem a se aglomerar mais no frio e a fechar as janelas, o que favorece a transmissão. Os sintomas de resfriado muitas vezes se confundem com os da Covid”, disse Junea Ferrari.
Alguns cuidados básicos podem prevenir a infecção por esses vírus, como, por exemplo, deixar as janelas de casa abertas, manter o corpo aquecido com agasalhos e evitar o contato com pessoas doentes.
A higienização das mãos com água e sabão e a prática da etiqueta respiratória ao tossir e espirrar também são essenciais.
