por THIAGO FERRI
FOLHAPRESS – O Palmeiras conseguiu na terça-feira (5), sobre o River Plate (ARG), uma de suas maiores vitórias no século. Dominante, o time alviverde fez 3 a 0 na equipe argentina, tratada como a melhor da América do Sul, e impôs o que o diário Olé classificou como uma de “noite de terror” para o badalado time de Marcelo Gallardo.
Para conseguir o grande resultado, que deixa o Palmeiras próximo da final da Copa Libertadores, Abel Ferreira decidiu escalar um meio-campo novo —tanto na formação quanto na idade. Danilo, 19, Patrick de Paula, 21, e Gabriel Menino, 20, foram os escolhidos pelo português, enquanto Zé Rafael, 27, e Raphael Veiga, 25, ficaram no banco.
Em uma competição na qual muito se discute sobre a necessidade de ter jogadores “cascudos” e experientes para triunfar, o trio deu uma grande demonstração de que há outro caminho. Danilo e Patrick jogaram à frente da defesa e ajudaram a tirar o espaço para a criação do River, que gosta de entrar na área tocando a bola.
Além disso, acertaram todos os lançamentos que tentaram, impuseram uma marcação agressiva no campo de ataque e fizeram o time jogar, mesmo sendo considerados volantes —os dois eram armadores na base e recuaram quando chegaram ao sub-20.
Já Gabriel Menino acabou sendo o ponto de desequilíbrio no jogo. Inicialmente escalado como meio-campista pelo lado direito, o camisa 25 recuou para fazer uma linha de cinco na defesa, quando o time argentino vinha levando vantagem em cima de Marcos Rocha. A partir da mudança, o Palmeiras correu menos riscos.
A atuação completa do garoto acabou irritando Carrascal, que lhe deu um pontapé e foi expulso, dificultando ainda mais a situação do River —o placar estava então em 2 a 0, e o lateral Viña marcou o terceiro pouco depois.
Para Abel Ferreira, os garotos foram corajosos, espelhando a própria decisão do treinador. O mais comum numa situação poderia ser usar uma equipe com jogadores mais velhos, mas o português deu confiança ao trio, que correspondeu.
“É uma equipe jovem, e falo que é preciso ter coragem, mas precisa de exemplos de coragem. E hoje (terça) usamos mistura de experiência e juventude. Temos o Luiz Adriano, que nos deu segurança e foi um treinador em campo, na defesa tem o Gómez e o Rocha. Fomos uma equipe fiel aos princípios, temos de ser consistentes no nosso trabalho”, elogiou.
O tamanho do feito das crias da base palmeirense é ainda evidenciado pela seguinte estatística: foi apenas a terceira vez em que o River perdeu um jogo de Libertadores como mandante por três gols de diferença.
A última vez havia acontecido para o Flamengo, quando perdeu por 3 a 0, em 1982. A outra foi em um 4 a 0 para o San Lorenzo, em 1973.
Com o resultado, o Palmeiras poderá até perder por dois gols de diferença na terça que vem (12), que, mesmo assim, avançará à decisão da Copa Libertadores. Já campeão em 1999, o time tenta o bicampeonato — final está marcada para o dia 30 de janeiro, no Maracanã.