SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Conmebol anunciou na noite deste domingo (30) que suspendeu a organização da Copa América na Argentina. O avanço da pandemia de Covid-19 no país obrigou a entidade a tomar essa decisão. A competição estava prevista para começar em 11 de julho.
“A Conmebol informa que, pelas presentes circunstâncias, decidiu suspender a organização da Copa América na Argentina. A Conmebol analisa a oferta de outros países que manifestaram interesse em sediar o torneio continental”, disse a confederação em comunicado nas redes sociais.
Momentos antes do anúncio da suspensão, o ministro do Interior da Argentina, Wado de Pedro, adiantou que o país deixaria de ser a sede do torneio devido à situação da pandemia. “Estamos muito preocupados não apenas com Buenos Aires, mas com as outras capitais que seriam sede do torneio e que estão com uma situação epidemiológica complicada”.
Não está descartado o cancelamento da competição. O conselho da entidade vai se reunir de forma emergencial nesta segunda (31), às 9h (de Brasília), para decidir o futuro do campeonato.
Esse foi mais um revés para a Conmebol, que tinha como ideia inicial fazer a competição tanto na Argentina quanto na Colômbia. As coisas começaram a degringolar no último dia 20 de maio, quando a entidade anunciou a retirada da Colômbia como sede.
A Conmebol havia chegado à conclusão de que o país, agitado por protestos sociais há semanas, não reunia condições de receber as partidas do torneio.
A decisão foi anunciada um dia depois de uma grande manifestação contrária à Copa América, em Bogotá. “Se não há paz, não há futebol”, dizia a frase exibida em cartazes e também pichada nas paredes do estádio El Campín, um dos campos que receberia jogos do torneio.
“A Conmebol agradece o entusiasmo e o empenho do presidente da Colômbia, Iván Duque”, afirmou a entidade na ocasião. “É seguro que no futuro surgirão novos projetos em conjunto para o crescimento do futebol colombiano e sul-americano.”
A Colômbia vive um ambiente de acentuada tensão social, com protestos contra uma reforma tributária proposta pelo governo. A repressão policial teve momentos pesados, e os conflitos resultaram em ao menos 42 mortos.