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Conilon e estação de monta dominam pauta do último Café Rural de 2025

O presidente do Sindicato Rural, Edberto Rezende, durante a abertura do evento - FOTO: Fred Seixas/DRD

Especialistas apontam avanços na cafeicultura e reforçam importância do manejo reprodutivo na bovinocultura

GOVERNADOR VALADARES — O Café Rural encerrou nessa segunda-feira (8) o calendário de 2025 do Sindicato dos Produtores Rurais de Governador Valadares. Gratuito e aberto ao público, o encontro reuniu produtores e especialistas para atualização técnica, troca de experiências e discussões sobre o futuro da cafeicultura e da pecuária na região. Com 25 anos de história, o Café Rural se consolidou como um espaço de diálogo e orientação para o agronegócio local.

Conilon em foco

O pesquisador do Incaper, José Altino Machado Filho, natural de Valadares, apresentou experiências do Espírito Santo e oportunidades para o cultivo do conilon na região.

“Hoje é um convite especial voltar à minha terra — também sou valadarense — para trazer um pouco da experiência que tivemos com o desenvolvimento da cafeicultura do conilon nos últimos anos. Quero mostrar que esse caminho também pode ser viável para a região, como uma oportunidade de negócio. O conilon é um café que tem sido cada vez mais valorizado, alcançando altas produtividades com um custo bem menor do que o café arábica. É uma cultura muito adaptada a condições climáticas mais quentes e a baixas altitudes, o que amplia bastante as áreas onde pode ser cultivado. Então, esta é uma oportunidade de trocar experiências sobre o que foi feito e o que impulsionou o desenvolvimento no norte do Espírito Santo, os avanços que tivemos nos últimos anos, e trazer um pouco dessa visão para a região de Governador Valadares.”

Ele detalhou ainda as vantagens do conilon em relação ao arábica, tanto na produção quanto na pós-colheita. “O conilon é muito mais fácil de cultivar do que o café arábica. É um café voltado principalmente para a indústria, por isso apresenta uma qualidade mais estável e uma variação menor em comparação ao arábica. Já no arábica, dentro da mesma área ou da mesma lavoura, você pode encontrar desde um café muito ruim até um café de excelente qualidade — o resultado é menos previsível. Por isso, o produtor de arábica precisa compor vários lotes e avaliá-los para determinar o valor final do produto. Já o conilon é um café de maior volume e produtividade, que alcança com mais facilidade uma qualidade razoável, exigindo menos cuidados na pós-colheita do que o arábica. Isso permite atender a um mercado maior, voltado para grandes quantidades.”

Sobre exportação, ele destacou o potencial do grão. “Quando falamos em exportação, Minas Gerais, por exemplo, exporta muito café arábica. E o conilon também tem esse potencial? Bom, vamos lá. O Espírito Santo tem batido recordes de exportação de conilon ano após ano. Hoje, com a redução da produção do Vietnã — que diminuiu ainda mais este ano por causa das enchentes — nós alcançamos níveis muito altos, verdadeiros recordes de exportação. A China, por exemplo, vem dobrando a compra de café a cada ano. Ela começou, em 2022, com pouco mais de um milhão de sacas e, agora, em 2025, já está chegando a seis milhões. Isso acontece porque a indústria de café solúvel tem crescido muito no mundo. As grandes fábricas instaladas no Brasil e também na região de Singapura têm adquirido grandes volumes. Então, sim, o conilon tem uma participação muito forte na exportação. Ele entra de maneira mais silenciosa, com menos glamour do que o arábica, mas há muito tempo tem um peso significativo nesse mercado. Eu diria que hoje já está praticamente meio a meio no nosso volume total de exportações da safra.”

Estação de monta e manejo reprodutivo

O veterinário Filipe Warken, da Genfortis, explicou os benefícios da estação de monta para o gado de corte:

“Na apresentação, trabalhamos os benefícios da estação de monta, como mencionei, e mostrar os ganhos que ela traz para o produtor. Vamos destacar os principais efeitos desse manejo dentro da cadeia produtiva do gado de corte e apresentar as melhorias e vantagens que ele proporciona no campo. O período ideal para a estação de monta varia conforme a região — é algo regional. Em geral, iniciamos a estação de monta quando começam as chuvas, porque é o momento em que a oferta de capim aumenta. Assim, as vacas entram em balanço energético positivo, o que favorece a reprodução. Com esse planejamento, os bezerros passam a nascer no final da seca, quando há melhor condição para cura do umbigo, menor risco de infecções e outros problemas. E quanto ao tempo da estação? Ela costuma variar de 285 a 290 dias, ou seja, quase nove meses.”

Encerramento do ano e novos projetos

O presidente do Sindicato, Edberto Rezende, destacou a importância do Café Rural como espaço de informação e oportunidades para os produtores.

“Bom, hoje estamos encerrando o ano, realizando o último Café Rural, e isso é uma grande satisfação. Agradecemos a Deus por nos conceder saúde e vida para cumprir todos os encontros e ações do Sindicato Rural ao longo do ano. O Café Rural, mais uma vez, se torna um espaço de oportunidades para que os produtores possam ouvir sobre temas relevantes. Hoje vamos falar um pouco mais sobre as oportunidades que a cultura do café conilon traz para a nossa região. Já estamos implantando o projeto Leite com Café, que tem como objetivo desenvolver o cultivo do conilon entre produtores de leite e também entre produtores de gado de corte. Além disso, vamos abordar outras oportunidades importantes. Falaremos também sobre a estação de monta, que é um momento fundamental para os pecuaristas da atividade de corte, pois é agora que se planeja a produção dos bezerros que farão parte da safra 2025/2026. É um período de informações valiosas e de estratégias importantes que o produtor pode aplicar na propriedade para melhorar o rendimento e impulsionar o desenvolvimento.”

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