ESCRITO POR ASCOM
SISTEMA FAEMG, SINDICATOS, SENAR, INAES, FAEMG
A Comissão Técnica de Café do Sistema Faemg e a Comissão Nacional do Café da CNA, em suas atribuições de defender e lutar pelo cafeicultor, vêm a público manifestar seu apoio e comunicar o pedido de assistência junto às entidades setoriais para prover políticas emergenciais para oferecer condições e competitividade ao cafeicultor, dentre elas: recurso para capital de giro e recuperação das lavouras; transparência das estatísticas setoriais e facilitação do acesso ao seguro rural.
O setor cafeeiro, nos últimos anos, vem sendo acometido por intempéries climáticas, a exemplo da estiagem recente e das geadas no ano passado, que acarretaram duas quebras de safras (2021 e 2022). Para o ano de 2022/23, o déficit hídrico crítico e, recentemente, chuvas de granizo jamais vistas na região produtora de café têm gerado incertezas quanto à colheita da próxima safra.
A análise da disponibilidade de água no solo em duas regiões cafeeiras, em 2021 e até o presente momento de 2022, aponta que os índices estão abaixo da média dos últimos dez anos. Além disso, o mês de setembro foi crítico para a planta e para a formação da florada (safra 2023), e outubro, recém-iniciado, teve diversos municípios produtores surpreendidos por uma chuva de granizo que incorre em perdas ainda incalculáveis.
Considerando essas condições, por mais que os preços se mantenham firmes em 2022/23, em função do atraso ou do baixo volume de precipitação no “cinturão de café” preocupa o fato de que o cafeicultor, que teve sua lavoura afetada pela geada, duas estiagens consecutivas e agora o granizo, não consiga recuperar sua renda e conduzir a lavoura. Constatamos que boa parte das plantações vão requerer investimentos pelas perdas de produtividade e de qualidade que afetaram a renda no campo.
De acordo com o 3º Levantamento de Safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra atual apresenta queda na produção brasileira na ordem de 20,1%, no comparativo com a última produção de bienalidade positiva (2020). Em Minas Gerais, maior estado produtor de café do Brasil, a redução é de 36,4%, com maior impacto no Sul de Minas (49%), Cerrado (29,8%), Zona da Mata (17%) e Chapada (14%).
O Programa Campo Futuro, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizado em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais – Sistema Faemg e com a Universidade Federal de Lavras (UFLA), simulou o aumento nos custos de produção da cafeicultura mineira entre 2019 e 2022. No estudo, observa-se aumento significativo dos custos de produção, impactados pela guerra, eleições, inflação, preço dos combustíveis, energia e fertilizantes. O aumento no Custo Operacional Efetivo (COE) da cafeicultura mineira foi da ordem de 46% no Sul de Minas; 42% nas Matas de Minas; 46% no Cerrado Mineiro; e 24% nas Chapadas de Minas.
Diante do cenário exposto, verifica-se que as margens de lucro reduziram e o produtor passa por momentos difíceis para manter a capacidade produtiva, efetuar pagamentos já assumidos e manter a renda. É importante reforçar que as perdas de produtividade e qualidade impactaram diretamente na fonte de renda, que para para boa parte dos produtores é a única.
Assim, o Sistema Faemg, por meio da Comissão Técnica do Café, está empenhado em encontrar soluções para atender as demandas do cafeicultor mineiro neste difícil momento para a atividade.
Comissão Técnica do Café do Sistema Faemg