Os efeitos da paralisação econômica pela pandemia do coronavírus (Covid-19) já mostra seus primeiros reflexos em Governador Valadares. Desde o decreto municipal do prefeito André Merlo, que determina a suspensão de diversas atividades, o comércio na cidade está de portas fechadas, com exceção dos supermercados, farmácias e redes de fast food que utilizam o serviço delivery.
Por telefone, o DRD conversou com o secretário Municipal de Desenvolvimento, o doutor em Economia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Hilton Manoel Dias Ribeiro, que falou do atual cenário do setor econômico em Valadares e das projeções para os próximos meses.
“Estamos vivenciando uma pandemia e os impactos econômicos são diversos. Podemos falar em duas direções do impacto. A primeira se refere ao impacto nos negócios, nos setores produtivos de Valadares e região; e o outro se refere ao mercado de trabalho, com mudanças institucionais importantes, que deverão ampliar o desemprego no curto prazo, com retomada de ocupação somente no pós-crise”, disse.
Sobre o mercado de trabalho, Hilton disse que o setor de comércio tem, aproximadamente, 32% do total de trabalhadores formais. Desse grupo, mais ou menos 15% dos empregados estão em supermercados, 7% no setor de vestuário e 6% no comércio de material de construção.
O setor de alojamento e restaurantes tem, aproximadamente, 5% do total de empregados, sendo que, desse grupo, 76% são restaurantes. “Deve-se pensar que setores de comércio menos acostumados com serviços de entrega (delivery) sofrerão mais impacto com o fechamento das portas”, afirma.
Momento de adaptações
Outro setor impactado é o dos trabalhadores informais e autônomos, que perderam parte da sua renda devido à desaceleração econômica causada pela pandemia do coronavírus.
“O momento é de planejamento, organização e tomadas de decisão de curto prazo, para avaliação de alternativas para manutenção das vendas, naqueles setores em que couber o serviço de entrega. Sabemos que as adaptações tecnológicas e na própria gestão dos negócios não acontece do dia para a noite, mas a crise amplificou essa necessidade”, comentou o secretário.
Por fim, Hilton apresentou algumas medidas que podem minimizar os impactos da pandemia na cidade: “A Secretaria de Desenvolvimento está atuando junto aos parceiros da sociedade civil e das universidades locais para pensar numa estratégia coletiva. Nosso foco neste início tem sido a captação, organização e difusão de informações sobre os setores e o mercado de trabalho, além de soluções encontradas em outras regiões. Além disso, mantemos a preocupação com a capacitação da mão de obra, crédito para os negócios e com o cenário que se abrirá no pós-crise, com a necessidade de maiores esforços para a retomada do emprego e da renda”, concluiu.