Comércio aquecido: micro e pequenas empresas criaram 960 mil empregos no primeiro semestre de 2022

As micro e pequenas empresas (MPE) criaram mais de 960 mil empregos no primeiro semestre de 2022, segundo uma pesquisa realizada pelo Sebrae. Os resultados mostram que há uma semelhança com os dados de 2021, em que 7 em cada 10 empregos eram gerados pelas MPE.

Já com relação às médias e grandes empresas (MGE), foram criadas 279 mil vagas de empregos no primeiro semestre deste ano. De acordo com o contador João Márcio Almeida, os números refletem a retomada do comércio pós-pandemia: “As pequenas empresas tiveram um crescimento muito grande nesse primeiro semestre; mais de 60% das contratações foram feitas por elas. Basicamente a gente acredita que, com o fim da pandemia, o comércio deu uma aquecida e naturalmente voltou a contratar. As empresas que estão mais contratando são de serviço”.

Contador João Márcio/ DRD-TV Leste

Para Tatiana Leite, proprietária de um salão de beleza em Valadares, o movimento pós-pandemia é ainda maior que antes: “Hoje tenho sete colaboradores; antes da pandemia eu tinha três. Este ano começou muito bom. Devido à liberação dos eventos, o movimento foi crescendo e o fluxo de contratação também”.

Segundo ela, os funcionários trabalham sem carteira assinada, como microempreendedores individuais (MEI). “Os meus colaboradores fazem parte de um projeto do Sebrae, uma parceria de microempreendedores com salão. Muitas pessoas tinham receio de não trabalhar com carteira assinada, mas o MEI oferece aposentadoria e outros direitos.

Serviços no salão de beleza/ DRD-TV Leste

Benefícios

Para o contador João Márcio, entre os benefícios que as micro e pequenas empresas recebem estão os incentivos fiscais. “As pequenas empresas têm os incentivos fiscais que beneficiam na contratação, porém são limitadas em relação ao faturamento: as micros com 360 mil ao ano e as pequenas com até 4 milhões e 800 mil. Se ultrapassaram, perdem esse benefício, então naturalmente tem os pontos que freiam”, explicou.

Jakie Cristian é dona de uma boleria em Valadares e, segundo ela, a pandemia ajudou a ampliar seu negócio, porque, por ser uma microempresa de produtos artesanais, as estratégias de delivery fizeram com que o comércio ficasse mais conhecido. 

“A pandemia, para a maioria das pessoas, foi um momento de crise, mas eu me reinventei. Porque pude entrar nos lares de muitas pessoas pelo ifood, e quando o comércio abriu os clientes fidelizaram, gerando mais movimento e contratação. Tivemos que aumentar a equipe, porque somos uma empresa pequena, mas de produtos frescos e artesanais”, disse.

Produtos da boleria/ DRD-TV Leste

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