Ao menos 15 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas depois que um trem de carga colidiu na traseira de outro, que estava parado com passageiros no estado de Bengala Ocidental, na Índia, nesta segunda-feira (17). Autoridades ferroviárias atribuíram o acidente a um erro do maquinista.
A imprensa local mostrou imagens após a colisão, com contêineres do trem de carga espalhados nas proximidades e um vagão projetado para o alto. Este choque ocorre pouco mais de um ano depois que um erro de sinalização causou um dos piores acidentes ferroviários da Índia, um descarrilamento que matou ao menos 288 pessoas.
Os 15 corpos já contabilizados foram retirados dos vagões amassados, disse à Reuters Abhishek Roy, funcionário da polícia do distrito de Darjeeling. A polícia confirmou à AFP que as equipes de emergência continuam procurando vítimas sob os vagões.
Pelo menos 54 pessoas ficaram feridas e equipes de resgate da polícia e da força nacional de resposta a desastres estavam trabalhando para retirar os destroços dos vagões descarrilados, acrescentou Roy.
O trem de carga atingiu o Expresso Kanchanjunga, que viajava para Calcutá, capital de Bengala Ocidental, descarrilando três vagões do trem de passageiros.
O acidente é o mais recente na antiga rede ferroviária indiana, que transporta milhões de passageiros todos os dias.
O Expresso Kanchanjunga é frequentemente utilizado por turistas que viajam para a estação de montanha de Darjeeling, cidade popular nessa época do ano que oferece vistas panorâmicas das cordilheiras do Himalaia, incluindo dos montes Kangchenjunga, Makalu e Everest.
Não estava claro imediatamente quantos passageiros estavam a bordo, mas estima-se que eram em torno de 1.300 passageiros transportados, de acordo com o The New York Times.
Os socorristas usaram barras de ferro e cordas para acessar um vagão do trem de passageiros que foi lançado para cima e ficou preso ao teto do trem de carga com o impacto da colisão.
Entre os mortos estão o maquinista do trem de carga e um guarda do trem de passageiros, disse Jaya Varma Sinha, chefe da diretoria de ferrovias que administra a malha ferroviária indiana.
O maquinista teria ignorado um sinal e causou a colisão, disse Sabyasachi De, porta-voz da Ferrovia do Nordeste, acrescentando que a maioria dos vagões estava transportando carga, enquanto um era um vagão de passageiros.
De disse que os socorristas terminaram de procurar por mais passageiros, com os trabalhadores agora focados em restaurar os trilhos danificados e remover os vagões descarrilados. O restante dos vagões continuou até seu destino original em Calcutá, a capital do estado, disse ele.
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, expressou condolências “aos que perderam seus entes queridos”, em uma mensagem nas redes sociais na qual destacou as operações de resgate continuam.
A ministra-chefe (equivalente a governadora) de Bengala Ocidental, Mamata Banerjee, chamou o acidente de tragédia “tragédia”, em uma declaração publicada nas redes sociais. “Médicos, ambulâncias e equipes de emergência foram enviados ao local para as tarefas de resgate, recuperação e atendimento médico”, afirmou.
A Índia tem uma das redes ferroviárias mais extensas do mundo e já registrou outros acidentes fatais, o mais grave deles em 1981, quando um trem descarrilou em uma ponte no estado de Bihar, uma tragédia que matou 800 pessoas.
Mais de 12 milhões de pessoas viajam diariamente em 14 mil trens em toda a Índia, percorrendo 64 mil quilômetros de trilhos.
Nos últimos anos, a Índia iniciou uma campanha para reformar a rede ferroviária e investiu milhões de dólares para modernizar as estações e os sistemas de sinalização.