O servente de pedreiro Petrônio Cadetti foi acometido por um Acidente Vascular Cerebral (AVC) há alguns meses e, desde então, enfrenta dificuldades diárias na comunicação. Isso porque uma das sequelas da doença é a dificuldade com a memorização e a pronúncia das palavras. O irmão do paciente, Jerônimo Cadetti, é quem o acompanha no tratamento. Ele conta que foi orientado pelo Centro de Apoio ao Deficiente Físico (Cadef) de Valadares a buscar assistência para o irmão na clínica de fonoaudiologia da Univale.
“Ele fala palavras que a gente não consegue entender e está com problemas de memória também. Às vezes sabe o que é o objeto, mas não sabe falar o nome do objeto. Então essa dificuldade de comunicação dele com a família, com os amigos, aumentou. A gente não consegue compreender o que ele quer dizer, aí a gente tem que tentar adivinhar às vezes. E não é o correto adivinhar, porque atrapalha até ele mesmo a desenvolver”, relatou Jerônimo.
Vídeo destaca o trabalho dos estagiários
Então para estimular o restabelecimento da memória, bem como as demais habilidades cognitivas que interferem na comunicação do paciente, os estudantes aplicam algumas atividades. No vídeo abaixo, por exemplo, os estagiários que atendem ao caso do servente de pedreiro mostram ao paciente algumas gravuras de objetos e elementos vistos no dia a dia. Desse modo, ele deve pronunciar em voz alta o nome da imagem que vê e também escrevê-lo em um papel. Caso o paciente não se recorde, a equipe o ajuda, sempre estimulando o resgate da memória e capacidade de fala. Confira:
A clínica é uma iniciativa do curso de fonoaudiologia da Univale, com apoio de algumas empresas da região. O projeto começou em 2020 e tem como propósito agregar conhecimento e prática à rotina dos estudantes, além de fornecer um apoio a mais para a população valadarense que necessita desse serviço. De acordo com o professor do curso que acompanha os alunos na clínica, Tiago Attoni, a equipe trabalha em quatro eixos principais: voz, linguagem, audiologia e motricidade orofacial.
“Os paciente adentram à clínica, são atendidos pelos alunos com a supervisão de um professor. Em todos os estágios, há a supervisão de um professor que é responsável pelos pacientes, mas é uma oportunidade para os alunos aprenderem, então eles também se tornam responsáveis por esses pacientes”, destacou o professor.
A estudante do 6º período Sâmara Duarte afirma ser um desafio diário lidar com tamanha responsabilidade. Contudo essa tem sido uma experiência gratificante para a futura profissional, que faz das adversidades sua motivação para aprimorar seu conhecimento e, assim, oferecer um atendimento eficaz aos pacientes.
“Deixa a gente um pouco inseguro porque somos a primeira turma da faculdade e do curso [a atuar na clínica]. E, neste primeiro contato, aquela insegurança, gostinho de querer aprender, de executar aquilo que a gente já aprendeu na sala de aula. Os professores estão sempre com a gente e é gratificante. Tem um paciente que achei mais desafiador, ainda estou aprendendo a lidar com ele. Porém o desafio me traz mais segurança para tentar e aprender junto com ele”, disse.
“Tem sido muito gratificante a gente aprimorar a nossa desenvoltura acadêmica e, também, futura profissional. É muito bom ver o trabalho em equipe e ver que esse paciente está melhorando. A gente traz esse trabalho com diligência, com empenho, com cordialidade e com muito carinho e respeito ao paciente”, complementou o estudante também do 6º período Eduardo Heringer.
Os atendimentos acontecem toda terça e quinta-feira, de 7h às 11h30, no bloco A1 do campus II da Univale. Para mais informações entre em contato com a universidade pelo número (33) 3279-5500.