Filme que conta a história da banda de Guarulhos estreou nos cinemas na última quinta-feira (28)
GOVERNADOR VALADARES – Nos dias atuais ainda é, no mínimo, curioso entender o impacto do grupo Mamonas Assassinas com o público brasileiro na década de 90. Em pouco menos de um ano, o quinteto paulista conquistou o país inteiro com um jeito reverente e excêntrico. Suas músicas eram como figurinhas carimbadas em rádios e festas no geral. A presença da banda também era quase sempre garantida em programas de TV, com ênfase aos domingos. Tudo parecia se encaminhar para torná-los alguns dos maiores artistas brasileiros da história quando, de repente, tudo chegou ao fim com um acidente aéreo.
Produzir um filme contando a história de Dinho, Bento, Julio, Sergio e Samuel é como criar uma máquina do tempo para quem foi adulto, adolescente e até mesmo criança entre os anos de 1995 e 1996. Os jovens carismáticos precisaram lançar apenas um disco para criar uma identidade musical e cultural quase mitológica.
“O Mamonas foi o grupo que sintetizou a postura debochada, irreverente e libertária, eu diria até, dos anos 90. Um cometa, uma banda que durou pouquíssimo tempo, mas que em muito pouco tempo conseguiu fazer isso congregando não só gerações, mas também públicos. Então assim, desde o público do pagode, do sertanejo, do heavy metal. Inclusive esses estilos permeiam o disco do grupo, eles conseguiram congregar todas essas tribos e muitas gerações. Com um completo descompromisso com a seriedade”, disse o publicitário, jornalista e professor universitário Bob Villela.
Música e humor
Na música, melodias dançantes com letras divertidas e originais, às vezes, parodiando algum hit nacional ou internacional. As roupas escolhidas para as apresentações eram sempre em homenagem a algum desenho animado da época. Para a geração que cresceu observando o jeito Mamonas Assassinas de ser, o grupo é a representação de uma década em que os jovens se sentiram livres.
“Mas é isso que tornou os Mamonas tão original, tão respeitado e tão íntegro. E esse descompromisso foi a postura que uma geração de jovens, ainda com resquício da ditadura, e de adolescentes, como era o meu caso, encontraram neles um eco perfeito. Um viés de confirmação perfeito de um tempo no qual a gente poderia dizer o que a gente quisesse. Claro, com responsabilidade, claro, deixando muito nítido o que se tratava de uma brincadeira, mas que a gente poderia se divertir e deveria se divertir. Acho que os Mamonas deram esse recado para muita gente e continuam dando”, relembra.
Tragédia marcada
A década de 90 marcou a ascensão de bandas de rock que dialogaram diretamente com diversos públicos e estilos. Não é exagero falar que, juntamente com os anos 80, foram-se os anos mais memoráveis para uma boa parcela da população. Entretanto ainda que fossem tempos de ousadia e alegria, a década de 90 também ficou marcada por tragédias que ainda causam arrepios nos brasileiros.
“Antes dos Mamonas, a gente já tinha irreverência como marca registrada da nossa música em vários artistas. Para citar alguns, os Mutantes, a Blitz, o Ultraje a Rigor, os próprios Raimundos, que são contemporâneos do grupo paulista, dos Mamonas Assassinas. A gente já tinha essa irreverência como marca registrada, mas quem conseguiu fazer isso sem ser de nicho, mas atingindo massas, famílias inteiras, grupos inteiros, um país inteiro, foram os Mamonas. Tanto é que as maiores tragédias dos anos 90 são a morte do Ayrton Senna, em 1994, e o acidente aéreo com o grupo paulista em 1996. E são as tragédias que marcam os anos 90 no Brasil”, comenta Villela.
Comments 2
Mamonas: realmente irreverentes às vezes em excesso: Mas um grupo muito inteligente na
Elaboraçso de letras criticas e satiricas. Deixou saudades!
Venho parabenizar pela repirtagem de uma grande banda musical, onde nests epoca so ouvia as musicas dos Mamonas assasina,onde todos cantava e dancava os seus rits. Com seu jeito agradavel e alegre, que eles tinha.