Com carnes de sol, queijos regionais e a famosa Fofa, o mercado segue atraindo moradores e turistas
TEÓFILO OTONI – O Mercado Municipal de Teófilo Otoni chega ao seu centenário em 2025 como um dos maiores símbolos de tradição, cultura e identidade da cidade. Desde sua inauguração, em 1925, o espaço se consolidou não apenas como ponto de comércio, mas também como lugar de convivência, preservação de memórias e fortalecimento da economia local.
Ao longo de um século, seus corredores se tornaram referência para moradores e visitantes em busca de produtos frescos da agricultura familiar, quitutes regionais e artigos variados. Nos fins de semana, o movimento cresce ainda mais, transformando o mercado em cenário de encontros animados, embalados por música ao vivo, pratos típicos e pela já consagrada carne de sol, que se tornou marca registrada da culinária teofilotonense.
Para celebrar essa trajetória centenária, a prefeitura organizou uma grande festa popular no próximo sábado, 6 de setembro, a partir das 21h, em frente à entrada principal, na avenida Luiz Boali. O evento contará com shows de Gustavo & Gabriel e da banda Pisadinha do Vaqueiro, em uma noite que promete reunir a comunidade para comemorar não apenas a data, mas a relevância histórica de um espaço que atravessa gerações e segue sendo parte essencial da vida de Teófilo Otoni.
Origem e história
A construção do mercado é atribuída a 1925, durante a gestão do então prefeito Adolfo Sá, conforme registros de diferentes fontes, como o Museu Virtual do Vale do Mucuri, o projeto REdescobrindo os Vales, dossiês de tombamento da locomotiva a vapor “Pojixá” e o Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Teófilo Otoni. Todos confirmam a relevância histórica do espaço, que atravessa gerações mantendo tradições.
Nos corredores, ainda hoje são preservados os modos de fazer da carne de sol, carnes secas e defumados. Cortes inteiros de boi e porco são salgados e expostos como nos tempos dos tropeiros, entre os séculos XVII e XIX, quando a técnica foi essencial para o desenvolvimento econômico de várias regiões do Brasil.
Mais que uma festa, a comemoração dos 100 anos do Mercado Municipal reforça a importância do espaço como patrimônio cultural e social da cidade. A data celebra não apenas a arquitetura erguida em 1925, mas também a memória coletiva, a tradição gastronômica e a força de comerciantes que mantêm viva a identidade teofilotonense.
Personagens ilustres
Entre os comerciantes mais antigos do Mercado Municipal está José Pereira da Silva, o tradicional “seu Zezinho do Queijo”, de 77 anos. Ele começou a trabalhar no galpão aos 15 e soma mais de seis décadas de dedicação ao box que leva seu nome. Referência em hospitalidade, é reconhecido pelo sorriso sempre presente e pelo atendimento acolhedor, além da qualidade dos produtos que oferece. Entre os mais procurados estão os queijos regionais, a manteiga de garrafa e a famosa Fofa — biscoito típico da cidade, de influência alemã.
“A gente valoriza os produtos interioranos e quer atender bem. A qualidade é a nossa principal prioridade aqui, a gente se esforça pra isso”, afirma orgulhoso o comerciante.
Outro personagem marcante é o empresário Giovani Marx Scopel, de 56 anos, que há três décadas conduz a Scopel Cereais. O box, fundado em 1958 por seu pai, tornou-se referência em grãos, farinhas, temperos, aguardentes e outros produtos que abastecem tanto consumidores locais quanto restaurantes. “É um negócio familiar, iniciado pelo meu pai e passado para mim, explica.








Comments 1
Lembro-me na década de 60, meu pai nos levava às 5 da manhã pra comer mucela(chouriço) e esse fefekurchent, popularmente Fofa.