Um ano após o início da construção da adutora para obras de captação alternativa de água em Governador Valadares, a equipe de reportagem do DIÁRIO DO RIO DOCE esteve no local das obras para acompanhar o que foi feito até agora. A tubulação já alcançou as proximidades do Cemitério Memorial Park, no bairro Santa Rita, totalizando mais 2.200 metros de tubos já concluídos.
A adutora terá 35 km de extensão, ligados através de 37 mil metros de tubos, que levarão água do rio Corrente até as Estações de Tratamento de Água central, Vila Isa e Santa Rita. A previsão é de que obra seja entregue no primeiro trimestre de 2021. Responsável pela obra, a Fundação Renova garantiu que a captação será suficiente para abastecer 70% da população.
A visita foi feita nas duas frentes de trabalho, uma próximo à rua Cícero Siqueira, no bairro Santa Rita, e outra em uma área entre a linha férrea e a pista do Aeroporto Coronel Altino Machado de Oliveira, concentrada no assentamento de tubulações. Os tubos são feitos de aduela de concreto de 900 milímetros de diâmetro.
Quem acompanhou a visita foi o engenheiro e líder da obra, Mauro Braz, que avaliou o primeiro ano de obras da Fundação em Valadares.“Nesse período, desde o início da obra até hoje, nós tivemos algumas barreiras rompidas. Principalmente questões burocráticas, licenciamento e questão fundiária, como, por exemplo: a autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para a implantação da adutora nos 28 km na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), autorização do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para a travessia da BR-381 e obtenção de licenças ambientais. Não são visíveis para quem está de fora, mas fazem parte do processo. Nesse período, colocamos dois mil metros de tubos, fizemos o serviços paralelos, como a supressão vegetal nos perímetros urbanos, compra de materiais e alterações em alguns projetos. Acredito que de agora para frente será mais ágil a colocação dos tubos até as ETAs centrais”, explicou.
Segundo Braz, a obra gerou mais de 700 empregos diretos e indiretos, com um investimento estimado em R$ 155 milhões. Conforme o cronograma, os próximos passos serão de ligações nos ramais no perímetro urbano por dentro dos bairros Santa Rita e Vila Isa. “Demos um grande passo desde a fase inicial. Agora será mais rápida a instalação dos tubos. Para esse restante de ano, nosso compromisso é dar início ao processo de captação da água no rio Corrente e começar o trecho urbano, com ramais que vão ligar na ETA central e Vila Isa. Nossa expectativa é atingir os 10 mil metros de tubo até dezembro”, comentou.
De acordo com a Fundação Renova, a captação no rio Corrente será feita com três bombas, tendo mais uma reserva, e a adutora irá em direção à cidade acompanhando a linha férrea. A adutora que abastecerá a ETA Central terá vazão de 900 litros por segundo.
Questionado sobre a operação e manutenção da adutora após a obra ser 100% concluída, Braz afirmou que ficará sob a responsabilidade do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE). “Nosso compromisso é entregar a obra pronta até o tempo de garantia. Não sei como eles vão tratar isso. Mas a operação e o sistema serão feitos por eles (SAAE)”, afirmou.
“A captação tem capacidade de abastecer 70% da população”
Perto de completar quatro anos, o rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco, deixou um rastro de impactos ambientais e morosidade por parte da Justiça nas indenizações aos atingidos. Em Governador Valadares, a população vive a expectativa de ter, enfim, uma nova fonte de abastecimento de água.
Mauro Braz garantiu que a conclusão das obras de captação no rio Corrente dará um fim definitivo aos problemas de falta de abastecimento de água potável na cidade. Contudo, o engenheiro assegura que o rio Doce continuará sendo a principal fonte de abastecimento. O rio Doce vai continuar sendo a principal fonte hídrica da população valadarense. A captação alternativa no rio Corrente será mais uma opção em caso de falta de abastecimento no município. A captação terá a capacidade de abastecer 70% da população. Portanto, a população pode ficar tranquila quanto à qualidade da água para consumo. A qualidade da água no rio Doce também é mais do que segura, pois vários testes foram feitos para apontar o seu nível de potabilidade. A nova captação alternativa visa dar segurança à população em situações extremas de falta de água”, concluiu.
por Eduardo Lima | eduardolima@drd.com.br