Representantes de diversos setores da sociedade receberam o laço branco como símbolo da luta contra a violência de gênero
O Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM), em parceria com o Grupo de Apoio à Rede (GAR), está realizando diversas ações para marcar os 16 Dias de Ativismo, dentre elas, a cerimônia do Laço Branco. A Campanha Brasileira do Laço Branco tem por objetivo sensibilizar, envolver e mobilizar os homens em ações pelo fim de todas as formas de violência contra a mulher, atuando em consonância com as ações dos movimentos de mulheres e de outros movimentos organizados em prol da equidade de gênero e Justiça Social. Na tarde de ontem (6), em ato solene realizado no auditório da Prefeitura, homens representaram as secretarias municipais e receberam das conselheiras o laço branco como símbolo dessa luta que deve envolver todos os gêneros.
Representando o prefeito André Merlo, o controlador-geral do Município, Luciano Souto, recebeu o laço branco e falou do papel do homem nessa campanha. “Mesmo com a evolução das leis, como a lei Maria da Penha, no sentido de reconhecimento da necessidade do combate à violência contra mulher, essa luta não é apenas das mulheres, mas sim de toda a sociedade. É preciso estar com o laço branco, todos os dias, não só no peito, mas principalmente nas atitudes. Como parte de ações de governo, estamos propondo uma alteração na lei 170, que dá prioridade de seguimento nos processos administrativos de servidoras que sofreram algum tipo de violência doméstica”, destacou.
Também recebeu o laço o promotor de Justiça Evandro Ventura, que declarou seu total apoio à luta contra a violência de gênero. “A violência contra a mulher está muito além do processo criminal, o direito penal só começa a funcionar quando tudo antes falhou, quando a prevenção falhou, quando o diálogo falhou, é preciso que nós, homens, que ainda pensamos e agimos para reforçar o machismo, mudemos o nosso comportamento e combatamos juntos a violência contra a mulher”, afirmou.
A presidente do CMDM, Tânia Stork, afirmou que o trabalho do conselho é de plantar sementes. “Nós precisamos de pessoas que possam multiplicar nossas ações. Nós estamos aqui pedindo aos homens que abracem essa causa conosco, cada um na sua função, no seu trabalho, no dia a dia, precisamos do apoio das secretarias – de Cultura, de Educação, de Saúde, de Assistência, de Desenvolvimento – porque a mulher precisa se reconstruir após a violência, precisa de renda”, concluiu.
A ações dos 16 Dias de Ativismo são realizadas anualmente no mundo no período que vai do dia 25 de novembro, Dia Internacional da Não Violência Contra as Mulheres, ao dia 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. No Brasil, a mobilização começa um pouco mais cedo, a partir do dia 20 de novembro, por ser o Dia da Consciência Negra.
Como surgiu a Campanha do Laço Branco
No dia 6 de dezembro de 1989, um homem de 25 anos (Marc Lepine) entrou armado na Escola Politécnica de Montreal, no Canadá. Em uma sala de aula, ele ordenou que os homens (aproximadamente 50) se retirassem. Assassinou 14 mulheres e depois saiu atirando pelos corredores e outras dependências da escola, gritando “Eu odeio as feministas”. Dessa forma, ele matou 14 estudantes, todas mulheres. Feriu ainda 14 pessoas, das quais 10 eram mulheres. Depois suicidou-se. Com ele foi encontrada uma carta que continha uma lista com nomes de 19 feministas canadenses que ele também desejava matar e na qual ele explicitava a motivação de suas ações, em suas palavras: “mandar de volta ao Pai as feministas que arruinaram a sua vida”. Informações: Prefeitura de Valadares