O mês de agosto chegou e, com ele, mais uma discussão de grande importância para a vida: o incentivo ao aleitamento materno. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cor dourada faz alusão ao ouro, que simboliza a preciosidade desse ato de amor. Portanto o Agosto Dourado visa priorizar a saúde do bebê, lembrando às mães que desfrutar dessa fase é essencial à qualidade de vida de ambos.
Vencendo a insegurança
E quem está vivenciando tudo isso com muito carinho e dedicação é a Anne Rodrigues, de 28 anos. A mãe da pequena Maria Cecília, de apenas 3 meses, conta que essa foi sua terceira gestação, mas é a primeira vez que está amamentando. Segundo Anne, no nascimento dos outros dois filhos ela enfrentou muitas inseguranças e não conseguiu cumprir com o aleitamento materno.
“Eu amamentei só nos três primeiros dias. Como eu senti bastante dor no início, nos outros dois [filhos], eu desisti. E eu ouvia outras pessoas falando: ‘Passa a dar o leite’ [industrializado]. Eu cheguei a dar leite de caixinha nos primeiros dias, comprava Mucilon. Aí depois passei a dar leite de vaca. E eu vi que isso não trouxe benefícios para eles. E nessa gravidez agora eu me preparei muito para isso. Preparei o psicológico, falei assim: ‘Eu quero amamentar, eu vou amamentar e eu consigo amamentar ela’. E está sendo muito bom, muito gratificante. Estou vendo os benefícios, que ela está ficando gordinha; e vejo que é por causa do meu leite, dos nutrientes, dos minerais, das vitaminas. Fico muito feliz. Estou amando amamentar”, relatou Anne.
Além de vencer o medo, Anne Rodrigues se diz encantada com o vínculo que está sendo criado por meio da amamentação. Aliás pequenos detalhes do desenvolvimento da filha são notados pela mãe durante os momentos em que a criança está se alimentando. “Ela olha para mim, começa a descobrir o peito, fica fazendo hora, dá sorrisos para mim. É gostoso, fico brincando com ela, conversando com ela, aí ela larga o peito para sorrir para mim. É gostoso sentir isso, e antes eu não senti”.
Orientações
Sendo assim, o coordenador da Pediatria do Hospital Municipal de Valadares, Nathanael Machado, deixa algumas orientações essenciais para que mãe e bebê tenham um período de amamentação tranquilo. Segundo o pediatra, o leite materno traz benefícios necessários à imunização da criança – uma vez que o recém-nascido ainda não toma vacinas – e é indispensável desde as primeiras horas de vida da criança. “É a hora que a gente chama ‘hora de ouro'”, destaca.
Além disso, Machado explica que o leite materno é rico em imunoglobulinas, minerais, água e proteínas. “Tudo isso auxilia no desenvolvimento tanto neurológico quanto cognitivo dessa criança, de acordo com cada faixa etária”, avaliou. Ele ainda explica que as crianças amamentadas corretamente desenvolvem melhor o intelecto em comparação às demais que não tiveram o aleitamento materno.
A respeito da mãe que tem dificuldade de amamentar ou enfrenta até mesmo uma resistência da própria criança, Nathanael Machado recomenda que seja feito o acompanhamento médico em vez de quaisquer decisões precipitadas. E, claro, seguir as recomendações:
“A mãe, a partir do momento em que ela ainda está na maternidade, tem toda essa orientação do pessoal da enfermagem, da equipe médica, em relação a estimular mesmo, incentivar esse aleitamento materno. Então, situações desde a pega correta dessa criança ao peito vão favorecer para que essa mãe continue a amamentação. Uma criança que pega irregular na mama vai causar dor na hora da amamentação; essa mãe vai ficar incomodada, pode ser um dos motivos que vai fazer um desmame precoce. Então a boa adaptação, a mãe sem stress, bem calma, num ambiente tranquilo, tudo isso favorece uma amamentação eficaz”, orientou o pediatra.
Por fim, o médico ressaltou que a amamentação é indispensável nos seis primeiros meses de vida da criança, podendo se estender até os 2 anos de idade ou mais.