GOVERNADOR VALADARES – Nesta segunda-feira (16), às 17h, o Armazém da Cooperativa será palco de mais uma edição do Café Rural. O evento, realizado em parceria com o Sindicato Rural de Governador Valadares, Sistema Faemg-Senar, União Ruralista Rio Doce e Sicoob Crediriodoce, tem como objetivo reunir produtores rurais da região para discutir temas estratégicos, com foco no mercado de boi gordo, produção de leite e clima.
A discussão sobre o clima será conduzida pelo professor Fúlvio Cupolillo, do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) – campus Governador Valadares. O especialista fará uma análise dos dados climatológicos dos últimos 30 anos na região do Vale do Rio Doce. Ele também destacará as recentes mudanças climáticas, como a severa seca que o país enfrenta – considerada a pior dos últimos 40 anos – e seus efeitos diretos na produção local. Cupolillo oferecerá orientações sobre como os produtores podem se adaptar a essas mudanças para minimizar os efeitos negativos em seus negócios.
O evento também trará uma análise aprofundada do mercado de gado de corte, liderada pelo professor Helvécio, especialista no tema. Ele discutirá as recentes oscilações no preço da arroba do boi, que têm gerado incertezas para os pecuaristas. A queda no valor da arroba do boi gordo, combinada com a desvalorização de fêmeas e bezerros, criou um ambiente de desafios, agravado pela seca que atinge duramente estados como Mato Grosso, Tocantins, Pará, Goiás e Minas Gerais, comprometendo a produtividade do gado e a qualidade das pastagens. O professor também abordará questões relacionadas à fisiologia das forrageiras e o aumento das queimadas, que têm prejudicado as pastagens e gerado perdas financeiras significativas para diversas propriedades.
No painel sobre o mercado de leite, Alexandre Negri, gerente de política leiteira, apresentará as tendências para os próximos meses. O setor leiteiro enfrenta um cenário desafiador, impactado por condições climáticas adversas que atingem as principais regiões produtoras do país. A seca nas regiões Sudeste e Centro-Oeste reduziu drasticamente a captação e produção de leite, enquanto o Sul ainda sofre os efeitos das chuvas intensas no Rio Grande do Sul, que comprometeram a safra. Além disso, a entrada crescente de leite importado, especialmente da Argentina, está pressionando os preços no mercado interno.