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Cadeia mineira de moda tem expectativa de crescimento com atuação dos APLs de Vestuário

Evento destaca oportunidades de negócios para o setor, principalmente para empresas que integram Arranjos Produtivos Locais

Assim como queijo, café e minério de ferro, a produção mineira de moda é reconhecida em todo o país. Minas Gerais é responsável por 13% da produção têxtil nacional, com geração de 120 mil empregos. No entanto, especialistas entendem que o segmento ainda não atingiu o protagonismo que merece. Para ampliar o potencial, um movimento que tem mudado o cenário vem dos Arranjos Produtivos Locais (APL). Com ele, indústrias do setor unem forças, aproveitam a melhoria do ambiente de negócios no estado e o uso de técnicas modernas de gestão e vendas, como o e-commerce.

O modelo dos arranjos foi justamente o centro das atenções durante o evento #MinasAvança – APLVestuário, realizado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG), Câmara de Dirigentes Logistas de Belo Horizonte (CDL-BH) e Sebrae-MG, em Belo Horizonte, e transmitido pela internet. Na oportunidade, representantes do segmento defenderam passos para que a moda mineira conquiste mais espaço.

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, participou das discussões e destacou o apoio da atual gestão do Governo de Minas à desburocratização da economia e formação dos APLS.  Com os arranjos, empresas mantêm vínculos em um mesmo território, com especialização produtiva, cooperação entre si e com outros atores locais. Dos 50 arranjos reconhecidos em Minas, 11 são do setor de vestuário.

“Nós avançamos muito na desburocratização da economia, tirando obstáculos para quem quer progredir e gerar renda e empregos. Estamos caminhando para alcançar 600 normas revogadas, que não faziam nenhum sentido existirem. E precisamos de uma parceria com os empresários e empreendedores para poder identificar outras regras que atrapalham os negócios. Como diz o governador Romeu Zema, o governo não pode ser inimigo de quem empreende. Vamos avançar muito mais para um Estado parceiro de quem empreende”, pontuou Passalio.

Apoio 

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte, Marcelo de Souza e Silva, destacou que a capital mineira possui quase 5 mil estabelecimentos comerciais dedicados ao vestuário e que o apoio aos APLs também movimenta a economia como um todo.

“Os desafios enfrentados nos últimos anos nos mostraram que a cooperação é o melhor caminho para promover o desenvolvimento de todos os setores da economia. O papel dos APLs é justamente criar um ambiente de sinergia de vários atores do mesmo segmento, fortalecendo a cadeia produtiva em várias etapas. Isso movimenta a economia das cidades e gera muitos empregos, principalmente no comércio”, enfatizou o dirigente.

Uma outra prova do apoio da atual gestão do Governo de Minas aos APLs foi dada pelo presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Marcelo Bonfim. Ele revelou que está sendo elaborado um programa de crédito especial para empresas que estão vinculadas aos arranjos produtivos em Minas. “Nós estamos precificando um novo produto com taxas e condições ainda melhores. Não podemos ainda anunciar, mas posso adiantar que será uma linha para todas as empresas que atuem dentro dos APLs catalogados pela Governo de Minas. Em breve, deveremos apresentar esse produto”, ressalta.

Durante o evento, representantes dos APLs das cidades de São João do Mantenhinha, Divinópolis, Belo Horizonte e Região Metropolitana, Muriaé, São João Nepomuceno e Espinosa receberam os certificados de reconhecimento e de atualização fornecidos pelo Governo de Minas.

Venda on-line

Para fortalecer o setor de vestuário, não há como não falar hoje em e-commerce, que se tornou o principal canal de vendas para inúmeras marcas. Por isso, o evento dedicou um bom tempo para debater o assunto.

O diretor-presidente da Invest Minas, João Paulo Braga, ressaltou o esforço da agência em atrair os principais players deste segmento para Minas Gerais. O resultado disso foi a instalação de marcas gigantes em Minas como Mercado Livre, Privália, Dafiti, Amazon e outras, fazendo o estado ser o principal centro logístico do país.

“As empresas de e-commerce instaladas em Minas Gerais concentram 30% do volume de vendas nacional. No entanto, quando falamos em número de empresas que vendem nessas plataformas, estamos ainda em sexto lugar. Ou seja, as empresas de Minas precisam vender mais. E para isso, os empreendedores podem aproveitar toda essa estrutura logística que já está instalada no estado para alcançar novos mercados”, destacou.

Algumas dessas marcas participaram do evento apresentando suas operações e destacando as vantagens competitivas e o potencial de vendas para quem mostra os produtos nesses sites. A Privalia, por exemplo, registrou em 2021 mais de 4,6 milhões de visitantes únicos e uma média de 574 mil acessos por dia. “É impressionante o volume e a variedade de localidades que você atinge operando em uma plataforma de e-commerce desse tamanho. A nossa intenção é ter parcerias de longo prazo e fazer com que o empreendedor nos veja como um braço do faturamento dele”, destacou a gerente de marcas da Privalia, Maria Júlia Bustillos. 

Diferencial e mercado externo

Como Minas poderia competir com gigantes produtores de vestuário, como China e Índia? Para a articuladora da Frente da Moda Mineira, Giovanna Penido, a resposta está na diferenciação dos nossos produtos. “Não podemos ser somente mais uma blusa branca. Precisamos colocar nos produtos toda a nossa essência, nossas memórias, nossa verdade para gerar um diferencial que fará o consumidor pagar mais por esse produto”, afirmou. 

De maneira complementar à fala da Giovanna, o diretor de Promoção de Exportações da Sede-MG, Marcelo Faria, mostrou o quadro de exportações do setor de vestuário mineiro e indicou alguns locais que seriam potencialmente receptivos aos produtos mineiros. “Boa parte do que o mundo hoje está procurando na moda é justamente a diferenciação e a exclusividade dos produtos. As maiores economias já possuem seus fornecedores, mas existem vários países com nível econômico semelhante ao Brasil que podem ser destino do vestuário criado em Minas, abrindo boas oportunidades de negócios para nossas empresas”, disse.

Quem quiser saber mais do que foi discutido nos dois dias de evento, pode acessar o canal da CDL-BH no Youtube, por meio dos links: youtu.be/ZNU7cK9teRg e youtu.be/iqB8Hs9oiWw.

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