BELO HORIZONTE – A qualidade da cachaça mineira ganhou mais um capítulo de destaque na noite desta segunda-feira (17), com a divulgação dos vencedores do 2º Concurso de Avaliação da Qualidade das Cachaças de Alambique e Aguardentes de Cana Mineiras. O evento, realizado em Belo Horizonte e que contou com a presença do governador Romeu Zema, premiou rótulos de várias regiões do estado — entre eles, um nome já conhecido em Governador Valadares: a Cachaçaria Ibituruna, que conquistou o 2º lugar na categoria “Cachaça de Alambique Envelhecida”.
A marca valadarense recebeu o troféu Ouro pelo rótulo Anfitrión Ouro Single Malt, consolidando-se como uma das melhores cachaças envelhecidas de Minas Gerais. O grande destaque geral da noite foi a Vale Verde Extrapremium, de Betim, eleita com o troféu Diamante por alcançar a maior nota do concurso. Na categoria “Cachaça de Alambique Premium ou Extrapremium”, a Vale Verde também garantiu o 2º lugar com a Vale Verde 12 anos (Ouro). A Requinte do Emboque Premium, de Raul Soares, completou o pódio com outro troféu Ouro.
Na categoria “Cachaça de Alambique Armazenada”, os três primeiros colocados — Boralina Ouro – Bálsamo (Novo Cruzeiro), Duim Blend Especial (Mar de Espanha) e Paulo Azevedo Amburana (Carmópolis de Minas) — também foram agraciados com o troféu Ouro.
Além da Cachaçaria Ibituruna, que levou o nome de Valadares ao pódio, a categoria “Cachaça de Alambique Envelhecida” ainda premiou a Estação da Cana – Carvalho e Grápia (Monte Belo) com o 1º lugar e a Dona Diva Ouro (Pouso Alegre) com o 3º.
Zema destacou a relevância crescente da bebida no estado. “A cachaça tem só ampliado sua relevância em Minas. Meu sonho é a nossa cachaça atingir a mesma importância de outras bebidas internacionais. Temos condições, mas precisamos seguir melhorando e padronizando a produção para conquistar mercados exigentes”, afirmou o governador durante a cerimônia.
História da cachaçaria
A história da Cachaçaria Ibituruna começa por volta de 1928, quando Norberto Luiz de Almeida Filho adquiriu as terras da Fazenda Itatinga. A produção de cachaça teve início cerca de 1938, com um engenho movido a bois e, depois, uma roda d’água que permanece preservada. A marca “Cachaça Tinga” foi oficializada em 1946, ainda de modo artesanal, e em 1956 tornou-se a “Indústria de Aguardente Tinga” com a entrada de Nilo Luiz de Almeida, que modernizou a gestão. Em 1978, a empresa passou a se chamar “Indústria de Aguardente Itatinga”, sob administração de Expedito Ferreira. Em 2004, Tulio Almeida registrou as marcas Tinga e Ibituruna no INPI, mantendo a produção artesanal alinhada às normas do Ministério da Agricultura. Prestes a completar cem anos, a cachaçaria acumula reconhecimentos — entre eles uma Moção de Congratulações da Câmara Municipal (2016) e o troféu “Arte Opinião”. O alambique é visto como um museu a céu aberto, e o nome “Ibituruna” homenageia o Pico do Ibituruna, símbolo de Governador Valadares.







