“Estou sendo cobrada por um serviço que não foi eu quem fez”, disse Marina Santos Caldeira
Na semana passada, o jornal Brazilian Times divulgou a revolta de dezenas de pessoas que enviaram encomendas para o Brasil no início do ano e até agora não chegaram ao destino. Entre as reclamações estavam a de que os responsáveis pela empresa, a SO Express, não atendiam mais os clientes ou não dava uma explicação concreta.
O jornal Brazilian Times enviou algumas mensagens e tentou contato com o proprietário, mas também não teve sucesso.
Depois de conversar com várias pessoas e fazer parte de um grupo criado no WhatsApp para reunir as supostas vítimas, foi descoberta que uma brasileira tinha um problema um maior. Além de perder as caixas, o nome dela foi usado em uma das notas para enviar o contêiner ao Brasil. Ela disse que a empresa utilizou o seu nome sem o seu consentimento. “Eu fiquei sabendo disso depois que minha família recebeu uma carta de cobrança”, afirmou.
A mineira Marina Santos Caldeira, que reside em New Jersey, disse que assim que entrou imediatamente em contato com a SO Express e que a pessoa que a atendeu disse para desconsiderar a cobrança, pois já tinha sido paga. “Eu fiz o que ela me orientou e deixei de lado, acreditando que realmente tudo estava resolvido. Mas dias depois meu irmão recebeu outra carta de cobrança destacando que havia taxas extras cobradas por dia do contêiner parado no porto”, acrescentou.
Ela enviou suas caixas no dia 14 de marco com a promessa de que elas chegariam ao Brasil até junho em Bocaiuva (Minas Gerais). Mas o dia chegou e nada aconteceu. “Elas ainda estão no navio e só serão descarregadas mediante o pagamento de R$ 35 mil”, afirmou Marina.
Marina ficou bastante assustada, pois descobriu que o seu nome que consta na nota do contêiner que tem 165 caixas. Além disso, o valor cobrado é de em torno de R$ 35 mil mais as multas diárias de US $ 150,00 pelo tempo parado. “O problema é que o dono da empresa está tentando liberar o contêiner sem pagar a dívida e se isso acontecer, quem ficará no prejuízo sou eu”, afirmou. “Ele já solicitou, por duas vezes, a um juiz que as caixas fossem liberadas, mas todos os pedidos foram recusados”, continuou.
Ela cobra um posicionamento da empresa e a única resposta é que o contêiner foi compartilhado em nome de cinco pessoas. “Mas eu não autorizei usar o meu nome. E o pior é que eu estou sendo cobrada pelo envio das caixas de todas as clientes desta companhia”, destacou.
Marina está a procura de um advogado para entrar com um processo contra a empresa, pois além de sendo cobrada no Brasil, os clientes que descobriram que seu nome conta na nota, começaram a lhe questionar. “Eles pensam que eu sou responsável pelo envio. Mas não sou. Meu nome foi usado sem autorização e isso é crime”, finalizou.