FOLHAPRESS – Mais de mil pessoas morreram por coronavírus no Brasil. Segundo boletim do Ministério da Saúde divulgado nesta sexta (10), o país registra 1.056 mortes confirmadas por Covid-19.
No mundo, a marca de 100 mil mortes por coronavírus foi batida nesta sexta também.
Segundo o ministério, há 19.638 casos confirmados de Covid-19. Até a quinta (9), eram 941 mortes e 17.857 casos confirmados. Em um dia, o total de casos confirmados teve aumento de 10% –foram 1.781 novos registros.
O ministério, porém, tem informado que o número real de casos tende a ser maior, já que só pacientes internados em hospitais fazem testes e há casos represados à espera de confirmação.
Reportagem da Folha de S.Paulo mostrou que equipes de atenção básica em várias cidades e estados afirmam que a subnotificação ao Ministério da Saúde de casos suspeitos tem sido gigantesca.
Ainda assim, o número atual de casos já é o dobro do registrado ao final da última semana. No dia 3, eram 9.056 casos.
O estado de São Paulo tem o maior número de confirmações da Covid-19, com 8.216 até o momento. Em seguida, estão Rio de Janeiro, com 2.464, Ceará (1.478) e Amazonas (981).
Minas Gerais, Santa Catarina, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul e Bahia têm entre 604 e 698 casos cada.
Para o ministério, apesar do alto número de casos, o Brasil ainda se encontra em uma fase inicial da epidemia.
Alguns estados, no entanto, já apresentam sinais de transição para uma segunda etapa, quando há uma “aceleração descontrolada” de casos. A situação ocorre no Amazonas, no Amapá, no Distrito Federal, em São Paulo, no Ceará e no Rio de Janeiro, por exemplo.
Neles, o coeficiente de incidência, indicador que compara o total de casos pela população, já é 50% acima da taxa nacional de 9,3 casos a cada 100 mil habitantes. No Amazonas, por exemplo, é de 23,3 casos a cada 100 mil habitantes.
O hospital de referência no tratamento de casos de Covid-19 na capital amazonense entrou em colapso nesta semana, segundo funcionários (leia na pág. B6)
Nesta sexta, o aumento recente da ocupação de leitos hospitalares levou o Ministério da Saúde a iniciar uma distribuição de 60 respiradores para três capitais: Fortaleza, Manaus e Macapá.
A previsão é que o material, que estava no aeroporto de Guarulhos e é usado para assistência de pacientes na UTI, chegue às três cidades entre a noite desta sexta e a manhã e tarde de sábado (11).
Balanço do ministério mostra ainda que a maioria dos estados já teve ao menos duas ou mais mortes pelo novo coronavírus –o único ainda sem registros é o Tocantins.
O ministério também divulgou, pela primeira vez, os dados de internações e mortes pelo novo coronavírus separados por variáveis de cor/raça.
Os números mostram que, até agora, das internações confirmadas por Covid-19, 74% foram de pessoas brancas, 18,9% pardas, 4,2% pretas, 2,8% amarelas e 0,2% de indígenas.
O padrão, porém, muda quando observados os dados de mortes. Neste caso, a taxa de brancos cai para 64,5%, enquanto entre pessoas pardas o índice sobe para 28,5%.
Os idosos continuam sendo as maiores vítimas. Levantamento com base em dados de 849 das 1.056 mortes registradas aponta que 74% dos que morreram tinha ao menor um fator de risco, como doenças associadas, em especial cardiopatias e diabetes.
Em meio ao avanço da doença, o país também tem registrado um aumento no número de internações por síndrome respiratória grave, quadro que pode ser causado por diferentes vírus respiratórios, incluindo o Sars-CoV-2.
Neste ano, já foram registradas 36.905 dessas hospitalizações, um aumento de 305% em relação ao mesmo período do ano passado.
Destas, 4.217 foram confirmadas para o novo coronavírus, o equivalente a 11% do total. Outras 1.526 tiveram diagnóstico de influenza e outros vírus respiratórios. As demais ainda estão em investigação.