Ao menos 70 brasileiros devem ser deportados ao Brasil, nesta sexta-feira (24), no segundo voo fretado, pelo governo dos Estados Unidos, para essa finalidade, desde outubro.
O Ministério das Relações Exteriores foi comunicado, pelas autoridades americanas, do total de brasileiros que deve ser retornado no voo, que tem como destino o aeroporto de Confins, em Belo Horizonte. No entanto, existe a possibilidade que o número de deportados seja maior.
A origem da aeronave fretada é a cidade de El Paso, no Texas, que faz fronteira com a mexicana Ciudad Juárez. Voos fretados com deportados precisam ser autorizados pelo governo brasileiro, mesmo sendo bancados pelo governo americano.
Autorização
Conforme a Folha de S.Paulo revelou, o governo Donald Trump solicitou, formalmente, que Brasília autorize mais voos alugados, para a deportação de brasileiros, por imigração irregular.
Isso porque, a quantidade de brasileiros apreendidos, ao tentar atravessar de forma irregular a fronteira dos Estados Unidos, bateu o recorde de 18 mil, em 2019 – e os americanos buscam soluções, para acelerar a devolução dessas pessoas ao Brasil.
Em 2019, Brasília deu luz verde ao sobrevoo de uma única aeronave, para devolver 70 brasileiros, que foram deportados dos EUA. O avião aterrissou, no fim de outubro, também no aeroporto de Confins (MG). Segundo a chancelaria brasileira, nos últimos anos, há registro de um outro voo fretado, em outubro de 2017.
Deportações
Fretar um avião não é a única maneira de mandar de volta os migrantes, com documentação irregular. As deportações também podem ocorrer por linhas comerciais, o que depende da disponibilidade de assentos, e não atende a um fluxo grande de pessoas.
O uso de aviões alugados para deportar imigrantes, em situação irregular, é prática antiga. No entanto, o esquema vinha sendo pouco aplicado a brasileiros.
Segundo auxiliares do presidente Jair Bolsonaro, o número de cidadãos apreendidos nos últimos anos não era tão elevado.
Ainda havia – da parte do Brasil – resistência política de governos anteriores a autorizar esses voos. (Ricardo Della Coletta/Folhapress)