Com direção espetacular de James Cameron, longa possui mais de 3 horas e prende a atenção do início ao fim
Avatar 2 é um daqueles tipos de filmes em que a experiência de assistir no cinema faz toda a diferença. Os aspectos técnicos desde a mixagem de som, trilha sonora, direção de fotografia, design de produção até os efeitos especiais são bem executados e contribuem diretamente para a imersão na história. Destaque para o 3D, que é aplicado para dar profundidade às cenas e favorece os cenários do filme.
E isso não é por menos, o diretor do filme, James Cameron, passou os últimos 13 anos, desde o lançamento do primeiro Avatar, trabalhando na história dos seres de pele azul (conhecidos como Na’vi) que vivem em um planeta chamado Pandora; e, principalmente, no desenvolvimento da tecnologia por trás de cada segundo do longa.
A criação desse universo e os personagens que habitam esse mundo enchem os olhos, até daqueles que não são chegados ao gênero de ficção científica. Com menos de 30 minutos o filme consegue te colocar dentro dessa realidade fantástica em sequências de ações vibrantes, bem executadas (nos aspectos técnicos), e com poucos diálogos. No início já impõe o ritmo que vai se repetir ao longo das 3 horas de filme, alternando entre a ação e a contemplação. A dinâmica ajuda a amenizar a duração do longa-metragem, mas sem perder a carga emocional, que é o coração, o centro de toda a história do filme.
Avatar 2 reúne diferentes temáticas e aborda diversos assuntos, mas sem a necessidade de exigir muito do espectador. O fio condutor da narrativa é a história de uma família Na’vi que precisa fugir da perseguição que os seres humanos impõe ao povo nativo de Pandora. Nessa busca por um lar seguro, o protagonista do filme vive o dilema de criar e proteger a sua família, ao mesmo tempo em que precisa lidar com o fato de que os filhos estão crescendo e nem sempre ele estará por perto para ajudar. É uma história universal, que consegue se conectar com diferentes pessoas, com uma estrutura clássica, clichê, porém, bem executada.
Avatar demonstra em vários momentos que por mais que tenha assuntos a serem explorados, respeita o fato de que muitas pessoas estão ali para assistir a um filme e se divertir. Já para aqueles, como eu, que gostam de aprofundar mais nos conceitos e mensagens que o diretor do filme quer passar, também há ali coisas muito interessantes para tirar como reflexão. O conflito entre gerações, os ciclos da vida, imperialismo, colonialismo, exploração espacial, sustentabilidade, meio ambiente, conservação de povos nativos, de forma sutil [em algumas vezes nem tanto], são temáticas que se mesclam em meio à aventura fantástica no mundo de Pandora.
A última uma hora do filme embala numa crescente sequência de ação, que culmina no ápice emocional. A catarse ganha ainda mais força, quando a história retorna para a sua temática universal, e mais intimista: os laços que se criam dentro da família.
Falar de Avatar 2: O Caminho da Água, é falar sobre a obsessão do cineasta que está por trás de tudo que se vê em tela ao longo das 3 horas de filme. James Cameron, diretor dos dois primeiros filmes da franquia Exterminador do Futuro e Titanic, entrega um dos melhores filmes de 2022 e uma experiência cinematográfica marcante.