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Autor valadarense lança livro na Bienal Internacional do Livro de São Paulo

— FOTO: Divulgação

Ivaldo Meneses Pimenta lançou seu romance ‘Aurora’ no maior evento cultural da América Latina

GOVERNADOR VALADARES – Tudo começa com uma boa história, e na Bienal Internacional do Livro não poderia ser diferente. Há duas décadas, a iniciativa organizada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), em São Paulo, reúne milhares de entusiastas da literatura vindos de todos os cantos do país e do mundo. Na última terça-feira (10), na 27ª edição do evento, o autor valadarense Ivaldo Meneses Pimenta teve a oportunidade de expor a sua obra “Aurora”, um romance subversivo que se passa no contexto da ditadura militar.

O convite

No despertar de um típico dia outonal de abril, Ivaldo recebeu um convite que há muito tempo sonhava, mas não esperava que chegaria tão cedo. Na tela, a mensagem da Editora Appris convidava o autor para expor o seu livro “Aurora” na maior feira literária da América Latina, a Bienal do Livro de São Paulo. 

Por ser apenas a sua segunda obra publicada, o escritor não acreditava que seria convidado para o evento neste estágio inicial de sua carreira, mas o seu talento se destacou. “Quando enviaram o convite para mim, eu fiquei muito surpreso, porque minha carreira ainda está em construção. Essa foi a minha primeira participação em uma bienal, tanto como leitor, como escritor. Então, foi muito gratificante poder ver mais de perto como é o universo da escrita em um evento literário”, revela Ivaldo.

Lançado inicialmente em 2023, “Aurora” é o primeiro romance do escritor valadarense, que já tinha em seu catálogo o livro de contos “O jardineiro”. Por isso, ocupar este espaço na Bienal do Livro logo nos primeiros anos de sua carreira é uma conquista que Ivaldo descreveu como “fascinante e imensurável”.

A experiência

A Bienal do Livro de São Paulo aconteceu dos dias 6 a 15 de setembro, no Anhembi, na zona norte da capital paulista. Desde 1970, o evento cultural reúne leitores, editoras e autores em uma experiência imersiva pelo universo da literatura, que conta com sessões de autógrafos, rodas de conversa e diversas atividades interativas. 

Em 2024, a Bienal recebeu 722 mil visitantes durante os dez dias de evento. — FOTO: Câmara Brasileira do Livro/Reprodução

Neste ambiente de história e criatividade, Ivaldo teve a chance de apresentar a sua obra e trocar ideias com outros escritores e editoras. Para ele, o aprendizado que absorveu dos colegas autores no evento foi o de que o caminho da escrita é uma jornada mágica. “Essa troca de experiência faz com que você entenda alguns atalhos e compreenda que é um processo gradativo de perseverança. Pelo que pude entender, o escritor não é autor de um livro, mas da identidade de sua escrita. Ou seja, o que as suas palavras e histórias carregam enquanto espírito”, explica.

Impacto

Cercado de grandes referências do universo literário, Ivaldo acredita que sua participação no evento pode trazer grandes resultados, mas tudo está nas mãos do interlocutor da sua obra. “[Estar na Bienal] é um passo para a minha escrita ser reconhecida e alcançar o leitor. E o leitor é o mais importante de tudo, pois ele pode ler a obra, imergir dentro dessa escrita e dizer até onde vai esse alcance”, conta.

Sendo tocado pela profundidade de “Aurora”, o leitor pode começar a refletir sobre diferentes aspectos da vida, que vão muito além do romance. É o que o criador da obra espera que as suas histórias deixem como legado: “Eu me propus a ser escritor, isso é um chamado que eu tenho desde a infância. Eu quero que a minha escrita atinja o mais profundo dentro de um ser humano, que toque a sua alma e faça com que ele se reconecte”.

Aurora

A história do livro lançado na Bienal de São Paulo tem como pano de fundo a ditadura militar, instaurada em 1964. O casal protagonista, Rafael e Isabela, decide criar um movimento para resistir ao regime. Enquanto isso, o narrador, um professor de Ciências Políticas, conta a história dos dois e, ao mesmo tempo, vê similitudes entre o que observa e o que ele está vivendo. A partir disso, a obra apresenta a ideia de que há uma narrativa acontecendo no mundo lá fora, e outra história dentro de si. 

Para Ivaldo, a mensagem do “Aurora” está em seu próprio título, que significa “amanhecer”, o momento que revela que há sempre mais um dia na nossa existência para fazer coisas que ainda não fizemos. “A cada dia que se amanhece é uma oportunidade de se reconstruir. Não existe um para sempre. Você pode fazer uma construção, a partir de agora, daquilo que pretende ser”, reflete.

Capa do livro exposto na Bienal do Livro de SP. — FOTO: Divulgação

Muito além de um romance, a obra incentiva a autodescoberta e motiva o leitor a ir em busca de novas perspectivas. “Os personagens conseguem captar bem a ideia de você se reconectar consigo mesmo e, ao mesmo tempo, faz com que o leitor passe por esse processo de catarse e identificação junto, através da ideia de que é possível seguir outro caminho na vida”, explica Ivaldo.

A obra está disponível para compra em plataformas virtuais, como a Amazon, na versão física e e-book. Ou diretamente com o escritor no instagram @ivaldomenesespimenta.

Processo de escrita

Em uma entrevista no ano passado, Ivaldo revelou que o processo de escrita de “Aurora” começou na sua juventude, quando escreveu os primeiros capítulos, e foi retomado há cerca de dois anos, após o lançamento do seu livro de contos. “Por intercorrências da vida, como estudar e trabalhar, fui postergando a escrita de ‘Aurora’. Em 2022, eu publiquei um livro de contos, ‘O jardineiro’, […] e assim me vi diante do desafio de concluir meu primeiro romance”, contou. 

Na obra, o autor intercala a prosa e a escrita poética, com trocas de versos entre os personagens, como se eles escrevessem poesias uns para os outros, de forma a mostrar a complexidade de suas personalidades.

Planos para o futuro

O romance lançado na Bienal é apenas o primeiro de uma série de cinco livros que Ivaldo pretende publicar. Intitulada de “O professor”, em referência ao narrador de “Aurora”, a coleção antológica contará histórias de diferentes personagens a cada obra, todas observadas pelo professor, que também compartilha com o leitor detalhes de sua própria vida.

A continuidade dessa saga estará por conta de “O menino da loja azul”, segunda obra da coleção. O processo de escrita do livro já foi concluído e a narrativa se concentra na história do narrador-personagem e seu interesse romântico, mais uma vez intercalando com outras vivências, dessa vez a de Samira e Stefani. 

Ivaldo já concluiu a escrita da sequência de “Aurora”. — FOTO: Redes sociais

“Essa segunda obra tem por temática o luto na infância, primeiro amor e vidas passadas. Então, terá um gradiente de profundidade em relação ao sentimento humano, especialmente o luto. O luto já é tão difícil, especialmente na infância, você passar por ele e vivenciar um primeiro amor são dois sentimentos muito fortes que impactam na alma de qualquer ser humano”, explica Ivaldo. 

A publicação desta sequência está prevista para 2026. Porém, até lá, você pode se encantar com as prosas e versos de Ivaldo em suas obras literárias ou nas crônicas publicadas em seu site.

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