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Audiência pública debate construção do Hospital Regional do Vale do Aço

FOTO: Divulgação/Câmara Municipal de Ipatinga

IPATINGA – A Câmara Municipal de Ipatinga sediou, na tarde da última sexta-feira (28), uma audiência pública que reacendeu o debate sobre a necessidade de implantação do Hospital Regional do Vale do Aço. Convocada a partir do requerimento nº 35/2025 do vereador Léo Enfermeiro (PL), a reunião reuniu deputados, prefeitos, representantes do Ministério Público, lideranças sociais e moradores para discutir a saturação da rede hospitalar que atende não apenas Ipatinga, mas todo o Colar Metropolitano e municípios vizinhos.

Logo na abertura, o vereador Léo Enfermeiro destacou que a iniciativa nasce de um cenário crítico observado nas unidades de urgência da cidade. Ele relatou superlotação constante na UPA e no Hospital Municipal, com pacientes acomodados em corredores e atendimentos improvisados. “Essa audiência surgiu de uma necessidade. Presenciamos situações que nos deixam entristecidos, como banhos de leito em locais impróprios”, afirmou. O parlamentar lembrou ainda que outras regiões, como Governador Valadares e Teófilo Otoni, já avançaram na implantação de hospitais regionais, reforçando o caráter suprapartidário da demanda. “O nosso intuito é plantar essa semente para que a nossa região, tão importante para Minas Gerais, possa ofertar uma saúde de mais qualidade e mais humana”, completou.

A apresentação de dados técnicos durante a audiência reforçou o tamanho do desafio. Segundo Cleverson Felício, presidente do Conselho Municipal de Saúde, a macrorregião do Vale do Aço possui cerca de 790 mil habitantes e um déficit estimado em 100 leitos do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele destacou que o Hospital Márcio Cunha, principal referência regional, opera acima da capacidade há pelo menos um ano, absorvendo pacientes de 35 municípios.

A mesa de autoridades, que contou com a deputada federal Rosângela Reis e o deputado estadual Celinho do Sinttrocel, discutiu alternativas em andamento, como o “Hospital Dia” de Santana do Paraíso, que está sendo construído com recursos da repactuação do acordo de Mariana. No entanto, houve consenso de que a unidade, voltada para procedimentos de baixa complexidade, não substitui a necessidade de um hospital regional.

“O Hospital Dia trabalhará tecnicamente até as 19 horas. Qualquer intercorrência noturna fará com que o paciente retorne à nossa rede de urgência, que já está superlotada”, explicou Cleverson. O entendimento foi reforçado pelo promotor de justiça Rafael Pureza, que comparou a dinâmica da saúde ao trânsito: “Quando se abre uma nova via, ela rapidamente se congestiona”. Para ele, apenas um pacto regional entre gestores e parlamentares poderá viabilizar a nova unidade de alta complexidade.

Comunidade cobra acessibilidade e melhorias básicas

A audiência também abriu espaço para demandas sociais. Sheila Bianca, presidente da Associação dos Surdos de Ipatinga (ASIPA), criticou a falta de intérpretes de LIBRAS na rede pública, o que, segundo ela, coloca pacientes surdos em situação de vulnerabilidade. “Estamos expostos a riscos de erros médicos e negligências devido à falta de comunicação. A acessibilidade é urgente e obrigatória”, destacou.

Moradores usaram a tribuna para relatar a falta de insumos básicos nas unidades de pronto atendimento, como dipirona, e pediram fiscalização imediata, paralelamente ao debate sobre expansão estrutural.

Ao final do encontro, Léo avaliou a audiência como um passo inicial estratégico, comparando o movimento à luta histórica pela implantação da faculdade de medicina federal na região — hoje uma realidade consolidada. Ele afirmou que todos os encaminhamentos serão levados às esferas estadual e federal, com o objetivo de incluir a construção do Hospital Regional do Vale do Aço no planejamento oficial de saúde de Minas Gerais.

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