O Atlético-MG realizou na manhã desta sexta-feira (23) o “Galo Business Day”, evento que apresentou os dados financeiros do clube, tanto de forma global quanto os números da temporada 2020.
Na apresentação, o clube revelou uma dívida global de R$ 1,209 bilhão, número amplamente falado nos últimos meses, inclusive em matéria no UOL Esporte.
Segundo o diretor de finanças e orçamento do time, Paulo Braz, o endividamento líquido do clube aumentou R$ 462 milhões em 2020. Apesar disso, o dirigente afirmou que o Atlético-MG fechou o ano passado com superávit de R$ 19 milhões.
Braz destrinchou a dívida do clube. De acordo com o diretor 42% (R$ 507,78 milhões), são dívidas urgentes e que pedem “ação imediata”. Valor esse devido a bancos, pagamento na Fifa [que pode acarretar também punição desportiva].
Outros 22% (265,98 milhões) em parcelamentos no Profut [Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro].
E 36% de um montante chamado de não oneroso (R$ 435,2 milhões) de empréstimos dos apoiadores e investimentos em atletas, valor sem juros e a ser pago aos mecenas sem data específica.
“Nos dê desconto, nos dê prazo que vamos pagar esse passivo do Atlético-MG”, disse o vice-presidente José Murilo Procópio.
PATRIMÔNIO
Paulo Braz, além das dívidas, ressaltou sobre o patrimônio do clube. Ele comentou que o endividamento é menor do que o patrimônio atleticano.
“Temos R$ 1,3 bilhão de patrimônio contábil, com crescimento de R$ 481 milhões de 2019 para 2020. E isso não inclui a mais-valia dos jogadores, o que daria mais do que R$ 1,5 bilhão”, detalhou.
“Investimos R$ 253 milhões em atletas (em 2020). O valor do elenco hoje é de R$ 630 milhões. Temos, sim, dívida, mas patrimônio muito maior”, completou Braz.
O Galo também economiza R$ 1,104 milhão por mês com a demissão de 205 funcionários. O clube tinha 736 colaboradores e passou para 531.
“A economia mensal é de R$ 1,104 milhão”, relatou.
PREVISÃO DA DÍVIDA
O time tem como perspectiva chegar ao ano de 2026 com uma dívida de R$ 341 milhões. “Esse é o alvo. Para isso que estamos trabalhando e temos equipe gigante aqui”, comentou Braz.
OUTRAS MEDIDAS
O Atlético-MG pensa em R$ 200 milhões de teto na folha salarial anual, gasto de R$ 50 milhões com aquisição de atletas e previsão de arrecadação de R$ 120 milhões em vendas de jogadores. Além de 33% do elenco profissional ser formado por revelações da base.
GUILHERME PIU – BELO HORIZONTE, MG (UOL-FOLHAPRESS)