ANTÔNIO DIAS – A Associação Indaiá, do município de Antônio Dias, está entre os 36 artesãos e grupos produtivos selecionados para integrar o espaço Origem Minas, do Sebrae Minas, na 36ª Feira Nacional de Artesanato. O evento, considerado uma das maiores vitrines do artesanato brasileiro, segue até domingo (7), no Expominas, em Belo Horizonte, reunindo milhares de visitantes, lojistas e compradores de todo o país.
O trabalho da Associação Indaiá carrega mais de 300 anos de tradição no trançado da palha do coqueiro indaiá. Desde 2015, a associação tem transformado esse ofício ancestral em peças contemporâneas de moda, decoração e arte, combinando originalidade, beleza e rigor técnico. A iniciativa surgiu do desejo de valorizar o trabalho das mulheres artesãs, que por muito tempo venderam sua produção a atravessadores por valores irrisórios. A virada ocorreu em 2016, quando o grupo passou a contar com o apoio do Sebrae Minas e da parceria com a Cenibra, recebendo capacitações em precificação, design, gestão, formalização e desenvolvimento de produtos.
“Graças ao Sebrae, conseguimos registrar a associação e entender o potencial único do nosso fazer. Percebemos que a palha podia ir muito além dos chapéus. Hoje, criamos linhas completas em parceria com arquitetos e designers renomados”, afirma Fábio Amaral, gestor da Associação Indaiá. O primeiro catálogo, lançado em 2017, marcou a consolidação da identidade visual do grupo, trazendo curadoria minuciosa e uma paleta própria que orientou a criação de coleções de chapéus, roupas, bolsas e tramas diversas. Desde então, a associação lança catálogos anuais e já levou o nome de Antônio Dias para exposições nacionais e internacionais. O reconhecimento permitiu colaborações com marcas como Ronaldo Fraga e Bárbara Chapéus.



Hoje, cerca de 50 artesãs fazem parte da Associação Indaiá — a maioria mulheres que, além da produção artesanal, também se engajam em projetos sociais voltados para idosos, comunidades quilombolas e ações comunitárias financiadas por fundos municipais. Na Feira Nacional de Artesanato, o grupo apresenta peças icônicas, como a bolsa Mutum, inspirada na espécie criada em viveiro da Cenibra. “Estar na feira permite mostrar nossa história, identidade e tudo o que construímos. É a chance de nos conectar com clientes e novos mercados”, afirma Fábio.
A analista do Sebrae Minas, Fernanda Souza Silva, destaca a importância do suporte oferecido ao grupo: “Buscamos fortalecer a profissionalização do grupo, ajudando a melhorar processos, elevar a qualidade das peças e ampliar o acesso a mercados. Quando o artesão recebe orientação técnica e apoio consistente, ele ganha confiança, valoriza seu trabalho e conquista novas oportunidades”, frisa.
Para o diretor-presidente do Instituto CENIBRA, Edson Valgas, a parceria com o Sebrae Minas reforça o impacto social do artesanato na região. “Nossa parceria com o SEBRAE tem sido fundamental para fortalecer o artesanato na região, promovendo geração de renda, valorização cultural e empreendedorismo local. Por meio dessa união, conseguimos oferecer capacitação, orientação técnica e apoio na gestão dos negócios, permitindo que artesãos transformem sua criatividade em oportunidades sustentáveis”, afirma.











