Aparelhos elétricos esquecidos ligados podem provocar incêndio

 "No caso de incêndio, o ideal é chamar o Corpo de Bombeiros pelo 193", comenta o Capitão Viana.Foto: Angélica Lauriano

O ano mal começou e o país registrou um incêndio de grandes proporções, que causou comoção geral. O fogo que atingiu o Ninho do Urubu, como é conhecido o Centro de Treinamento do Flamengo, também no Rio de Janeiro, na madrugada do dia 8 de fevereiro, deixou dez mortos e três feridos, todos jogadores das categorias de base do clube carioca. No ano passado, o incêndio do Teatro Nacional, no Rio de Janeiro, também chocou o país.

Alguns sobreviventes do incêndio no CT do Flamengo relataram que, minutos antes de o fogo começar, houve uma explosão em um aparelho de ar-condicionado e o fogo se alastrou rapidamente. Isso ocorreu quando o país ainda revirava as cinzas do que sobrou do Teatro Nacional, no incêndio que ocorreu no dia 2 de setembro de 2018 e destruiu quase a totalidade do acervo histórico e científico construído ao longo de duzentos anos, e que abrangia cerca de vinte milhões de itens catalogados.

Em Valadares a realidade não é muito diferente. Só na semana passada dois incêndios foram registrado pelo Corpo de Bombeiros: em uma loja na rua Israel Pinheiro, no Centro, e em uma casa na rua Pedro Américo, no bairro Altinópolis. O primeiro incêndio aconteceu na quarta-feira, 13, e o outro na madrugada do dia 14. Não houve vítimas e os acidentes não foram de grandes proporções, mas servem de alerta em relação aos cuidados não só com as redes elétricas, mas também com os aparelhos eletrônicos que ficam ligados durante muito tempo.

O capitão Viana, do Corpo de Bombeiros, ressalta a importância de desligar todos os aparelhos eletrônicos ao sair de casa ou ao fechar um estabelecimento. “No caso da loja, o incêndio começou por causa de um ventilador que ficou ligado. Os danos só não foram maiores porque o incêndio foi percebido logo no início, por pessoas que estavam próximas da loja”.

O fogo foi controlado antes de os bombeiros chegarem. Mesmo assim, a equipe do Corpo de Bombeiros fez o desligamento da energia e abriu as portas dos fundos do estabelecimento, para que a fumaça saísse. Tudo acabou bem, mas, segundo o capitão Viana, no caso de incêndio, o ideal é chamar o 193 e não tentar apagar o fogo, porque pode ser perigoso. “Quando a pessoa tenta quebrar a porta de vidro, como foi feito na loja, o risco de uma explosão é muito grande; então, o ideal é chamar os bombeiros”.

Museu de Valadares

Depois do incêndio que atingiu o Museu Nacional, o museu de Valadares vai ter de encontrar um novo espaço, para guardar com segurança a história dos 81 anos da cidade. Em relação à estrutura, o diretor do museu, Josmar Coelho, ressalta que, na época do incêndio no Museu Nacional, o local passou por vistorias, ocasião em que ficou constatado que a edificação não é segura para o acervo. “Estamos nesse local há 16 anos e existe uma preocupação muito grande com a segurança do nosso acervo, principalmente depois que aconteceu aquela tragédia no Museu Nacional. Foi criado no Estado, através do sistema Estadual de Museus, uma força-tarefa justamente para analisar atuações dos museus. Aí o bombeiro veio, fez uma avaliação e detectou que, realmente, devido ao tempo desse imóvel, ele não está adequado. A ideia agora é localizar um outro imóvel, para fazer a mudança do local dentro das normas que a lei determina”, comenta Josmar Coelho.

O capitão Viana informa que alguns cuidados básicos podem evitar incêndios, como trocar a rede elétrica da casa ou da loja, caso tenha muitos anos de uso; ao contratar um eletricista, saber se realmente é um profissional qualificado; sempre usar os disjuntores, fazendo o dimensionamento certo.

No local de trabalho

O ideal, no ambiente de trabalho, é desconectar todos os equipamentos elétricos da tomada ao fim do expediente. Equipamentos elétricos aquecidos podem indicar problemas. Chamar um eletricista; não deixar lâmpadas acesas encostadas em papéis, nem próximas deles; não sobrecarregar a fiação elétrica, ligando vários aparelhos numa só tomada; não fazer nem autorizar que sejam feitas instalações elétricas inadequadas.

Em casa

Numa residência, não permitir cortinas compridas ou tapetes sobre fios elétricos, nem passar atrás de móveis; não esquecer ferro de passar roupa ligado; evitar vazamentos de gás de cozinha – verifique-os usando espuma de sabão nunca fogo; produtos químicos e inflamáveis devem ser mantidos em recipientes apropriados, bem fechados e longe do alcance de crianças; ao acender a lareira ou a churrasqueira, não usar líquidos inflamáveis, como álcool, solventes e outros – de preferência, usar álcool gel; não limpar o piso da casa com gasolina ou solventes.

Os vapores com o ar formam misturas explosivas. Se possível, colocar o botijão fora da casa, obedecendo às orientações do fabricante para sua instalação; fechar o registro do gás quando for dormir ou não estiver usando. Vazamentos ocorrem normalmente depois do regulador de pressão, portanto, o botijão nem sempre é o culpado. A explosão não é do botijão, normalmente é a mistura do gás com o ar, que queima numa fração de segundos, causando a explosão. Portanto, ao chegar em casa e sentir cheiro de gás, não acender a luz, pois isso pode gerar uma explosão; não colocar papel-alumínio ou metal dentro do forno de microondas; não fumar na cama ou quando estiver com sono.

No carro

Manter o veículo em boas condições de uso e fazer periodicamente a manutenção preventiva são as principais medidas. O condutor deve aprender a retirar e utilizar o extintor do veículo; estar sempre atento ao estado de conservação do extintor, observando as instruções contidas no rótulo do fabricante; providenciar a troca do extintor sempre que ele apresentar ferrugem ou estiver amassado; usar o extintor na vertical, nunca “deitado” ou de “cabeça para baixo”; sempre que o extintor for utilizado, deverá ser recarregado; verificar sempre o manômetro, caso o extintor tenha o equipamento.

por Angélica Lauriano | angelica.lauriano@hotmail.com

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