RIO DE JANEIRO – Assim como o feijão e o arroz, a carne está diariamente presente na mesa do brasileiro. E, mesmo sendo um dos alimentos que mais sofre aumento no preço, o brasileiro não deixou de consumir o ingrediente. Pelo contrário, o abate de animais tem crescido e batido recordes no Brasil, como mostra o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o Instituto, o abate de bovinos cresceu 12,2% em relação ao terceiro trimestre de 2022, totalizando 8,93 milhões de cabeças. Esse é o maior número desde o início da série histórica da Estatística da Produção Pecuária, em 1997.
Abate de suínos e frangos
Já o abate de suínos também atingiu o maior patamar da série iniciada no mesmo ano: 14,62 milhões de cabeças. O aumento, sendo assim, foi de 0,5% em relação ao mesmo período do ano passado e de 2,9% na comparação com o trimestre anterior. É o que explica o supervisor da pesquisa, Bernardo Viscardi.
“Há um crescimento no abate de machos e, principalmente, de fêmeas. Entre 2019 e 2022, com o aumento do preço dos bezerros, os criadores passaram a reter as fêmeas. A partir do primeiro trimestre de 2023, houve a retomada do abate desses animais e a entrada dos bovinos reproduzidos naquele período no mercado, indo para os frigoríficos”.
O pesquisador, aliás, destaca que o aumento no abate de suínos ocorre porque é um tipo de proteína que entra no consumo dos brasileiros pela oferta de cortes e embutidos de preparo prático. E também porque é, em geral, mais barata do que a carne de bovinos.
O número de abate de frangos, por outro lado, chegou a 1,58 bilhão no trimestre. Isso equivale a um aumento de 3,2% no ano e de 1,4% no trimestre. Segundo Bernardo, o abate de frangos não atingiu um recorde global para a série, mas atingiu o maior patamar para um terceiro trimestre.
“O frango é uma proteína com bastante demanda, especialmente porque tem um valor mais acessível que as outras. No terceiro trimestre, as exportações se mantiveram em alta, também com o melhor resultado para o trimestre. Isso porque o Brasil é um país livre de gripe aviária nos frangos, o que facilita muito o comércio internacional”, diz o pesquisador.
Produção de ovos de galinha
Outro recorde registrado pela pesquisa no terceiro trimestre foi o de produção de ovos. Nesse período, houve produção de cerca de 1,06 bilhão de dúzias de ovos, um crescimento de 2,3% no ano e de 1,0% no trimestre. “Desde 2020 a produção vem se expandindo, porque é uma proteína acessível e considerada um alimento saudável. Grande parte dessa produção (mais de 95%) vai para o mercado interno. Do volume total, cerca de 81,9% vão para alimentação e 18,1%, para a incubação, para reposição de frangos de corte e de aves poedeiras”, ressalta Viscardi.
No mesmo período, foram adquiridos 6,23 bilhões de litros de leite cru pelos estabelecimentos que atuam sob algum tipo de inspeção sanitária. O volume equivale a um crescimento de 1,3% frente ao mesmo trimestre do ano passado e de 8,6% em relação ao trimestre anterior. Cerca de 2,11 bilhões de litros foram adquiridos em agosto, o mês com maior captação no trimestre.
Entre os curtumes investigados pela pesquisa (os que efetuam curtimento de pelo menos 5 mil unidades inteiras de couro cru bovino por ano), houve a aquisição de 8,84 milhões de peças de couro no terceiro trimestre. Isso significa um aumento de 9,2% no ano e de 4,6% no trimestre.